Por Luca Boni e Fabricio Julião
O Ibovespa avançava e caminhava para registrar a sétima alta consecutiva nesta segunda (12). As ações da Petrobras (PETR4) e do setor Financeiro ganhavam fôlego e impulsionavam o índice, enquanto as da Vale (VALE3) e do Índice de Matérias Básicos pressionavam. A agenda esvaziada de indicadores econômicos no Brasil faz as atenções se voltarem para o Congresso e para o exterior, com a aproximação da decisão de juros nos Estados Unidos em destaque.
Por volta das 12h30, o Ibovespa avançava 0,51%, aos 117.610 pontos, próximo da máxima intradiária. O volume de negócios projetado para hoje é de R$22,3 bilhões, acima da média de 50 pregões.
As ON e PN da Petrobras reverteram as perdas do início da sessão e avançavam 1,72% e 2,21%, respectivamente. Na sexta-feira, as ações preferenciais da companhia registraram máxima histórica e hoje os papéis ficam ex-dividendos. O contrato futuro do petróleo Brent recuava 2,53% nos mercados globais.
As ON do Banco do Brasil e da B3 avançavam 3,98% e 1,63%, na sequência, figurando entre os maiores contribuidores por pontos do índice. As ON do BB projetam um forte volume de negócios para a sessão.
Destaque também para as PNA da Braskem, que saltavam 8,36% e lideravam as altas percentuais do Ibovespa, após uma nova proposta feita pela Unipar para comprar uma fatia na empresa detida pela Novonor.
Na ponta oposta, as ON da Vale, da CSN e as PN da Gerdau caíam 1,81%, 2,69% e 0,67%, respectivamente. O contrato do minério de ferro cedeu 1,81% na bolsa chinesa de Dalian na madrugada.
Na seara política, investidores acompanharam o desenrolar do texto do arcabouço fiscal e da Reforma Tributária no Congresso, peças importantes para garantir o bom humor no mercado. A semana ainda é marcada pelo vencimento de opções sobre ações e sobre o Ibovespa, o que, segundo especialistas, pode elevar a volatilidade do mercado local.
O Credit Default Swap (CDS), que mede o risco de crédito de um emissor, do Brasil está no menor nível desde 2021, o que corrobora com a visão de maior apetite ao risco no país. Segundo a última atualização, na sexta-feira, o CDS está em 194.110 pontos, em uma trajetória de queda desde março deste ano.
No exterior, a semana é marcada pela decisão de juros de diversos bancos centrais ao redor do mundo, com destaque para o dos EUA. Amanhã, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) americano de maio.
Juros
As taxas dos contratos de juros futuros operavam em leve queda, seguindo a tendência de baixa que ocorre há algumas semanas no Brasil. O movimento reflete o fortalecimento da aposta em um corte da taxa básica de juros pelo Banco Central em breve, que ganha força a cada novo sinal de alívio sobre os preços.
Por volta das 12h30, os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 tinham queda de 1 ponto-base e 4 pbs, respectivamente, a 13,01% e 11,03%. Já os vértices para Jan/27 caíam 1,5 pb, a 10,49%, enquanto os para Jan/31 permaneciam inalterados, a 11,11%.
A curva de DIs fechou mais pela manhã, com os vértices operando em baixa acentuada nos primeiros negócios do dia, mas arrefeceu o movimento a partir das 11h00. A hipótese de que o BC iniciará o ciclo de redução da taxa básica de juros nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) é acompanhada por revisões nas projeções de inflação.
No boletim Focus divulgado hoje, as projeções de economistas consultados pelo BC para a inflação foram reduzidas tanto para este ano quanto para os três subsequentes. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,69% para 5,42% em 2023, de 4,12% a 4,04% em 2024. Para 2025, as apostas passaram de 4% para 3,90%, enquanto o número foi de 4,00% para 3,88% em 2026.
No último TC Consenso sobre o Copom, a mediana das projeções apontava para o início da redução da Selic em setembro, com corte de 25 pontos-base. O levantamento foi realizado antes da surpresa com o IPCA de maio, que variou 0,23%, ante expectativa de mercado de alta de 0,36%. Com isso, economistas consultados pela Mover disseram que não mudaram suas projeções, mas não descartam agora um corte de juros neste mês. Além disso, os consultados também disseram que ganha força a aposta de uma queda de 50 pbs da Selic em setembro, acima do esperado anteriormente.
Exterior
Em Wall Street, os principais índices acionários arrefeciam parte dos ganhos registrados pela manhã, com investidores ajustando posições na expectativa pelos dados de inflação ao consumidor que serão divulgados amanhã, e para as decisões de juros de bancos centrais que vão ocorrer ao longo da semana pelo mundo.
Perto das 12h30, o Dow Jones, o S&P500 e o Nasdaq 100 avançavam 0,05%, 0,23% e 0,56%, respectivamente. No mesmo horário, os títulos do Tesouro americano de dez anos subiam 3,1 pbs, a 3,774%, e os de dois anos operavam estáveis, a 4,596%.
Amanhã, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de maio dos EUA. Caso o indicador sinalize que a inflação está diminuindo, o dado pode corroborar para uma pausa no aperto monetário pelo Federal Reserve na decisão de juros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) da próxima quarta-feira.
Derivativos apontam 77% de chance de a taxa de juros ser mantida entre 5% e 5,25% nos EUA, enquanto a aposta em alta de 0,25 ponto percentual está em 23%, segundo dados da Chicago Mercantile Exchange.
Investidores também estarão atentos às decisões de política monetária do Banco Central Europeu, da China e do Japão.
As ações da Tesla subiam 1,03% na Nasdaq, a US$247,97, caminhando para registrar a 12° alta consecutiva, uma sequência recorde de ganhos. Notícias divulgadas recentemente na mídia apontam que os carregadores de carros elétricos da montadora estão cada vez mais próximos de ser o padrão da indústria.
Câmbio
O dólar rondava perto da estabilidade frente ao real, após fechar no menor patamar do ano na última sexta-feira. A moeda americana oscilava na expectativa da decisão de juros do Fed, que pode alterar a taxa de câmbio, a depender da política monetária praticada pelos EUA.
Por volta das 12h30, o dólar operava em baixa de 0,01% ante o real, a R$4,8791. Já o dólar futuro caía 0,11%, a R$4,899.
O Índice DXY, que mede a variação do dólar perante outras moedas fortes e com liquidez, avançava 0,08%, aos 103.636 pontos. Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, o dólar cedia frente a oito, mas nenhuma registrava avanço superior a 0,15%, o que reflete a hesitação do mercado.