Por Beatriz Lauerti
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reagiu à ata do Comitê de Política Monetária (Copom) considerando-a “mais amistosa” em relação aos próximos passos sobre o trabalho da pasta, segundo ele.
Haddad destacou que “a ata veio melhor que o comunicado” do Banco Central após a divulgação da taxa básica de juros Selic pelo grupo de trabalho da autarquia.
Na última segunda-feira, em entrevista coletiva a jornalistas, o ministro criticou o comunicado e disse que o Banco Central “poderia ter sido um pouco mais generoso” diante das medidas já anunciadas pelo novo governo na esfera das contas públicas.
Além disso, Haddad lembrou que o presidente Lula já tomou medidas “revogando irresponsabilidades do governo anterior”.
“Nosso compromisso é com o equilíbrio das contas”, acrescentou.
Em janeiro, o ministro anunciou um pacote de medidas que somam R$242,7 bilhões entre aumentos de receitas e cortes de despesas, com objetivo de tentar reduzir os prejuízos previstos de R$231,5 bilhões nas contas públicas deste ano.
O chefe da Fazenda também disse acreditar que as declarações da autarquia sobre a situação fiscal do país são referentes ao cenário deixado pela gestão anterior, de Jair Bolsonaro.
No comunicado da última quarta-feira, após o comitê manter a Selic em 13,75% ao ano pela quarta vez consecutiva, o Banco Central alertou sobre a incerteza fiscal e a piora nas expectativas para a inflação, as quais se distanciam da meta em prazos mais longos.
Haddad, ao falar sobre nomes para a diretoria da autoridade monetária, disse que “já conversou várias vezes” com Roberto Campos Neto, presidente do banco, “sobre nomes técnicos” e que as indicações serão avaliadas pelo presidente Lula.