Por Patricia Lara
O Goldman Sachs cortou a previsão para o dólar ante real, projetando que a divisa brasileira ainda tem espaço para se valorizar frente à americana, mesmo após acumular ganhos no mês. A projeção considera que os diferenciais das taxas reais de juros devem continuar como suporte para o real, apesar do início da normalização da política monetária.
Segundo relatório divulgado na semana passada, o time do banco americano reduziu a projeção para o dólar de R$4,90 para R$4,60 em três meses, de R$4,85 para R$4,40 em seis meses, e de R$4,80 para R$4,40 em 12 meses.
Neste mês, o dólar acumula queda de cerca de 5,30% ante o real. Perto das 10h43, era cotado a R$4,79, em queda de 0,71%. Ainda segundo a projeção do banco americano, os fluxos de entrada de recursos para a renda fixa no Brasil continuam sendo um importante vento favorável para o real.
MUDANÇA DE RATING
O time do Goldman comentou a revisão da perspectiva do rating da dívida externa do Brasil pela S&P, de “estável” para “positiva”, na semana passada, citando ter sido um movimento inesperado diante da “estrutura para a política fiscal”.
“Dado que é incomum que mudanças de rating ocorram antes de uma reforma ser finalizada, pensamos que é provável que existam outros fatores no modelo de rating da S&P que estão sinalizando uma nota acima de BB- no momento e estão por trás dessa revisão de perspectiva“, diz um trecho do relatório.
Uma das possibilidades apontadas pelo time do Goldman é a queda acentuada da taxa de inflação global. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio no Brasil surpreendeu para baixo e apontou progresso visível nos componentes mais rígidos de núcleos e serviços. Segundo o time do banco, junto ao fortalecimento do câmbio e à queda nas expectativas de inflação, a queda da inflação deve ser bem recebida pelo Banco Central na reunião de política monetária desta semana.