Por Juliana Machado
Após os dados fortes do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, o Goldman Sachs elevou de 1,75% para 2,6% a projeção para o crescimento brasileiro deste ano, segundo relatório assinado pelo o diretor de Pesquisa Econômica para América Latina da instituição, Alberto Ramos. O banco diz esperar que o início de cortes graduais da Selic ocorra a partir de agosto, mas não descarta uma espera maior para o ciclo de afrouxamento monetário.
No relatório divulgado nesta sexta-feira, Ramos observa que o PIB brasileiro entregou resultado acima do esperado nos primeiros três meses do ano, em base trimestral, com a contribuição das exportações líquidas e estoques. Por outro lado, observa, a demanda doméstica foi fraca e, do lado da oferta, a atividade foi impulsionada pelos serviços e pelo grande aumento da produção agrícola.
Ainda segundo a publicação, a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) e as atas são consistentes com a leitura de que a autoridade segue vigilante e conservadora, “já que a busca pela desinflação é um trabalho em andamento”. Além disso, segundo Ramos, daqui em diante, o Brasil está em um estágio em que a desinflação tende a ser mais lenta.
Nesse contexto, o Goldman Sachs acredita que o Copom vá esperar até agosto para começar a cortar gradualmente a Selic. “Mas, dada a política fiscal e parafiscal instável e dependendo de como a decisão de junho sobre a inflação de 2024 a 2026 evoluir, uma espera mais longa para iniciar o ciclo de cortes não pode ser descartada”, diz o relatório.