Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, reduz alocação em bolsa brasileira

Fundo inicia venda de dólar contra o real

Fundo Verde, de Luis Stuhlberger, reduz alocação em bolsa brasileira

Por: Juliana Machado

O fundo Verde, multimercado mais conhecido da Verde Asset e gerido por Luis Stuhlberger, mantém pequena exposição vendida em bolsa global, enquanto reduziu a sua alocação em bolsa brasileira, após algumas ações chegarem a preços “com menor retorno prospectivo”. As informações constam em carta mensal a cotistas da gestora, divulgada nesta terça-feira.

Segundo a carta, foi mantida a posição aplicada em juro real, isto é, que ganha com a queda das taxas nos Estados Unidos, enquanto a compra de inflação implícita no país foi zerada. A inflação implícita corresponde à diferença entre a taxa dos títulos prefixados (nominal) e dos títulos indexados à inflação (real). No caso do Brasil, a exposição à inflação implícita foi mantida.

O fundo Verde também iniciou uma alocação vendida no dólar contra o real e uma posição comprada na rúpia indiana contra o renminbi chinês. A posição em ouro foi mantida, assim como uma pequena alocação em petróleo. As posições em crédito global de maior risco e retorno potencial, segmento chamado de “high yield”, foram marginalmente reduzidas, ao passo que o livro de crédito local foi mantido sem alterações.

Na carta, a gestora também pondera que vê espaço para uma extensão da alta do petróleo, dado que o mercado físico da commodity “mostra de fato um aperto importante nas condições do lado da oferta” pela primeira vez. No entanto, a asset não enxerga potencial de valorização (“upside”) substancial, já que essas condições foram criadas por um corte importante de produção da Arábia Saudita — corte que deve ser revertido conforme os preços se aproximem da faixa de US$100 por barril.

Ainda segundo a Verde, o mercado de capitais local se abriu de forma importante tanto do ponto de vista do crédito, quanto em ações, com melhora para condições de financiamento das empresas. Somado a isso, houve corte de juros de 0,50 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom), com sinais de novas reduções de mesma magnitude para a próxima reunião.

“Acreditamos que o processo de realocação de portfólio do investidor brasileiro deve ganhar pujança a partir de agora, ajudando a suportar os preços dos ativos locais, especialmente ações e crédito”, diz trecho da carta.

Em julho, as principais contribuições para o desempenho do fundo Verde vieram das posições em ações brasileiras, inflação implícita doméstica, commodities, compra de real e no livro de juros globais.