Por Eduardo Puccioni
Os economistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central, seguem prevendo uma piora no cenário de inflação para os próximos anos, com a oitava alta seguida na projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2023, impactando diretamente nas expectativas de aumento da taxa básica de juros (Selic) para os próximos dois anos.
Os economistas seguem lidando com um quadro fiscal brasileiro incerto, com novas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre meta e nível da inflação no Brasil, além de críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
No boletim divulgado hoje, a estimativa para o IPCA de 2023 foi elevada de 5,74% para 5,78%, o oitavo avanço consecutivo, enquanto, para 2024, a inflação foi elevada de 3,90% para 3,93%, a terceira elevação seguida. Para 2025 e 2026, as projeções foram mantidas em 3,50%.
Para a taxa Selic a projeção foi mantida em 12,50% para este ano, mas apresentou elevação nas expectativas para 2024 e 2025, de 9,50% para 9,75% e de 8,50% para 9,0%, respectivamente. Para 2026, a projeção foi mantida em 8,50%.
Em relação ao Produto Interno Bruto, a projeção foi ligeiramente reduzida de 0,80% para 0,79% em 2023, enquanto para 2024, 2025 e 2026 as estimativas foram mantidas em 1,50%, 1,89%, e 2,0%, na mesma ordem.
No caso do câmbio, a projeção para o dólar foi mantida em R$5,25 em 2023 e R$5,30 para 2024.