Por Eduardo Puccioni
Os economistas consultados pelo boletim Focus, do Banco Central, seguem prevendo uma piora no cenário de inflação para os próximos anos, com a nona alta seguida na projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2023, além de elevar expectativa de aumento de preços para 2024 e 2025, impactando diretamente nas expectativas de aumento da taxa básica de juros (Selic) para 2023 e 2024.
Os economistas seguem reagindo ao quadro incerto, a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre meta e nível da inflação no Brasil, além de críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que participará hoje do programa “Roda Viva”, na TV Cultura. Está marcada para essa semana a primeira reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) do novo governo.
No boletim divulgado hoje, a estimativa para o IPCA de 2023 foi elevada de 5,78% para 5,79%, o nono avanço consecutivo, enquanto, para 2024, a inflação foi elevada de 3,93% para 4,00%, a quarta elevação seguida. Para 2025, a taxa avançou de 3,50% para 3,60%, enquanto, para 2026 as projeções foram mantidas em 3,50%.
Para a taxa Selic, a projeção foi elevada de 12,50% para 12,75% para este ano, enquanto para 2024 teve elevação nas expectativas de 9,75% para 10,00%. Para 2025 e 2026, as projeções foram mantidas em 9,00% e 8,50%, respectivamente.
Em relação ao Produto Interno Bruto, a projeção foi ligeiramente reduzida de 0,79% para 0,76% em 2023, enquanto para 2024 foi mantida em 1,50%. Para 2025, também houve redução, passando de 1,89% para 1,85%. Para 2026, foi mantida em 2,00%
No caso do câmbio, a projeção para o dólar foi mantida em R$5,25 em 2023 e R$5,30 para 2024.