Por Luca Boni
O Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (16) em queda pela 12ª sessão consecutiva, revertendo os ganhos registrados ao longo do dia, pressionado pela queda das bolsas americanas após a divulgação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) nos Estados Unidos. As ações da Petrobras (PETR4) avançaram e minimizaram as perdas do índice, enquanto as da Eletrobras (ELET3) pressionaram no final da sessão. Somente em 1980 o Ibovespa teve tentas sessões consecutivas de queda.
O Ibovespa fechou em queda de 0,50%, aos 115.591 pontos. A sessão teve volume de R$25,7 bilhões, acima da média de 50 pregões. O pregão foi marcado pelo vencimento de opções sobre o índice, o que trouxe maior volatilidade para o mercado, segundo especialistas ouvidos pela Mover.
Para o diretor de research da Quantzed, Leandro Petrokas, o mercado local virou para queda seguindo o mau humor das bolsas americanas, após a ata do FOMC mostrar que membros do comitê ainda veem a inflação dos preços ao consumidor elevada nos EUA, o que “azedou” os mercados – os principais índices em Wall Street encerraram o dia em queda.
Entre as ações, destaque para as ON e PN da Petrobras, que avançaram 2,95% e 2,20%, respectivamente, após o Bradesco BBI elevar a recomendação para as PN da estatal de “neutra” para “compra”, com preço-alvo em R$35,00. Os analistas ressaltaram que o reajuste nos combustíveis anunciado ontem deve elevar a geração de caixa ao acionista em 7 e que a Petrobras deve pagar dividendos acima de seus pares globais.
As ON da IRB Brasil, da Magazine Luiza e da Via subiram 11,88%, 7,22% e 5,92%, respectivamente, figurando entre as maiores altas percentuais.
Segundo Petrokas, os papéis da IRB dispararam motivados pela recomendação do Citi, que elevou a ação de “venda” para “neutro”.
Na ponta oposta, as ON e PN da Eletrobras e da WEG recuaram 3,56% e 4,42%, respectivamente, figurando entre as maiores detratoras do Ibovespa. Já as ON da Natura e da Hapvida cederam 8,90% e 5,78%, na sequência, entre as maiores quedas percentuais.
As ações da Eletrobras aceleraram as perdas após o Procurador-Geral da República, Augusto Aras, sugerir que o Supremo Tribunal Federal (STF) tente um processo de mediação para buscar algum tipo de acordo entre a Eletrobras e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em torno de uma ação da União que questiona trechos da lei de privatização da companhia, segundo documento visto pela Mover.