Por Luca Boni
O Ibovespa fechou o pregão desta quinta-feira (17) em queda pela 13ª sessão consecutiva, a pior sequência desde a criação do índice em 1968. O mercado local seguiu o mau humor das bolsas americanas, que caíram com preocupações sobre o nível da taxa de juros nos Estados Unidos. As ações do setor financeiro pressionaram, mas a alta dos papéis da Vale impediram a queda ainda maior do índice.
O Ibovespa fechou em queda de 0,53%, aos 114.982 pontos, no menor patamar desde o início de junho. A sessão teve volume de R$20,7 bilhões, acima da média de 50 pregões.
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As bolsas americanas também encerraram o pregão de hoje em queda, ainda pressionadas pela ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) divulgada ontem, em que membros do Federal Reserve destacaram a possibilidade de realizar novos aumentos de juros devido à inflação “inaceitavelmente alta” nos EUA.
Segundo o estrategista de investimentos da Matriz Capital, Lucas de Caumont, a sequência de quedas do Ibovespa também foi pressionada pelo movimento de realização de lucros por parte dos investidores, principalmente estrangeiros, que carregavam posições compradas desde que o índice caiu ao patamar de 100 mil pontos, em meados de março.
“Em algum momento, essa realização iria acontecer e o estopim foi o risco de uma recessão global por conta da dificuldade da recuperação da China, que, apesar de diversos estímulos, está com dificuldade de retomar o aquecimento da economia”, afirmou.
No âmbito corporativo, as ações do setor financeiro – que tem grande participação no Ibovespa – pressionaram o índice. As ON da B3, as PN do Itaú e as Units do BTG Pactual recuaram 2,75%, 1,18% e 2,70%, respectivamente.
As ON da Via, da Cyrela e da Magazine Luiza cederam 6,15%, 5,40% e 5,05%, nesta ordem, e registraram as maiores quedas percentuais da sessão. Segundo Caumont, os setores de varejo e imobiliário foram penalizados pela forte alta nos contratos de juros futuros – leia mais sobre o assunto na aba Top Movers.
Na ponta oposta, as ON da Vale avançaram 1,41%, em linha com o salto de mais de 4% do contrato futuro do minério de ferro na bolsa chinesa de Dalian.
As maiores altas percentuais foram das ON da Cielo, da Eletrobras e da Minerva, que subiram 2,67%, 2,15% e 1,53%, respectivamente.
