Ibovespa engata 10ª queda consecutiva pressionado por temores com China

Confira o fechamento da Bolsa brasileira nesta segunda (14)

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Por Luca Boni

O Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (14) em queda pela décima sessão consecutiva, contaminado pelo mau humor e pelo sentimento de aversão ao risco nos mercados globais, após notícias sobre problemas no setor imobiliário chinês. Do lado doméstico, a proximidade do vencimento de opções e a divulgação de balanços do segundo trimestre seguiram no radar dos investidores.

O Ibovespa fechou em queda de 1,06%, aos 116.809 pontos. A desvalorização de hoje causou a maior sequência de perdas do índice desde o surgimento do Plano Real, em 1994. A sessão teve volume de R$16,8 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.

Na Ásia, rumores sobre uma reestruturação da Country Gardens, que já foi considerada a maior incorporadora da China, aumentou os receios de uma crise imobiliária no gigante asiático. A retomada mais lenta da atividade do país também levanta temores de desaceleração da economia mundial, o que leva investidores a buscar por ativos de segurança.

Segundo o head de renda variável da A7 Capital, Andre Fernandes, o principal fator da queda do Ibovespa, a China, pesou muito na sessão, mas também a proximidade do vencimento de opções sobre o índice e sobre ações, que traz mais volatilidade e buscas por ativos de proteção.

Entre as ações, a maioria das “blue chips” encerrou o pregão no campo negativo, caso das ON da Vale, da Localiza e das PN do Itaú, que recuaram 3,10%, 3,51% e 1,45%, respectivamente.

As ON da YDUQS, da Cogna e da Via cederam 14,46%, 7,03% e 6,39%, na sequência, figurando entre as maiores quedas percentuais da sessão.

Ainda segundo Fernandes, as educacionais apresentaram desempenho negativo após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes colocar travas para abertura de novas vagas no curso de medicina – principal área de atuação da YDUQS. Mendes informou que as universidades devem seguir as regras do programa Mais Médicos, porém, o Ministério da Educação ainda não tem uma solução para o cumprimento dessas exigências.

Na ponta oposta, as ON da Suzano e da Petrobras avançaram 1,49% e 0,48%, amenizando as perdas do Ibovespa. Já as PN da Alpargatas, as ON da CPFL Energia e da CCR subiram 1,51%, 1,19% e 1,14%, na ordem, figurando entre as maiores altas percentuais.