Ibovespa cai com exterior, mas alta do petróleo impulsiona Petrobras e minimiza perdas

Confira o fechamento do mercado nesta terça (5)

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Por Luca Boni

O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira (5) em queda, em linha com o desempenho negativo das bolsas mundiais, após investidores reagirem à divulgação dos Índices de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) na Europa e na China e à decisão da Arábia Saudita de estender a redução voluntária na produção de petróleo. O Ibovespa recuou 0,38%, aos 117.331 pontos. A sessão teve volume de R$16,8 bilhões, considerado mediano.

Na Europa, os PMIs vieram abaixo de 50 para os maiores países do bloco – leitura que indica contração da economia. Na China, até houve certa recuperação da atividade em agosto, mas abaixo de julho e do consenso, o que ainda mostra a dificuldade na retomada do gigante asiático.

Entre as commodities, o petróleo Brent fechou acima do patamar dos US$90 por barril pela primeira vez no ano, após a Arábia Saudita confirmar a extensão da redução voluntária na produção de petróleo em 1 milhão de barris por dia por mais três meses – até dezembro.

“O mercado americano caiu devido à narrativa de que a alta do petróleo pode trazer mais inflação para os Estados Unidos, corroborando a tese de que os juros possam continuar subindo, o que deixa os investidores muito apreensivos”, explicou o analista de investimentos da Escola de Investimentos, Rodrigo Cohen.

Com a notícia, as ON e PN da Petrobras saltaram 4,60% e 3,34%, respectivamente, renovando suas máximas históricas e impedindo a queda ainda maior do Ibovespa.

“O investidor começa a perceber que, com o lado fiscal ruim, a Petrobras terá que ajudar o governo com o máximo de dividendos, o que estimula a compra dos papéis”, afirmou o gestor de um grande fundo de ações com posição na petroleira.

Como maior acionista da Petrobras, o governo teria direito a recebimentos relevantes de dividendos, que se tornam potencialmente maiores em um cenário de preços mais elevados da commodity. Considerando que a nova política de dividendos ainda prevê a distribuição 45% do fluxo de caixa trimestralmente e que, apesar de não haver mais paridade internacional, a companhia ainda tenha disciplina no repasse de preços, os investidores são estimulados às compras do papel hoje.

Na ponta oposta, as ações da Via recuaram 7,14%. Segundo Cohen, pesou nos papéis o anúncio de uma oferta de ações que deve levantar quase R$1 bilhão, o que irá diluir o preço e fazer com que investidores saiam das posições.