Dólar e DIs sobem à espera de novos dados de inflação e sinalização de juros no Brasil e EUA

Confira a movimentação da moeda norte-americana e dos juros nesta segunda (7)

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Por Fabricio Julião

O dólar fechou em alta ante o real nesta segunda-feira (7), assim como as taxas de contratos dos juros futuros, que subiram em dia de agenda econômica esvaziada. Investidores ajustaram posições após as recentes decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, enquanto aguardam a divulgação da ata do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), amanhã. Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,44%, a R$4,8961.

“A ata do Copom vai detalhar as razões que motivaram a decisão dividida sobre o corte na Selic na semana passada, o que pode dar pistas sobre o ritmo de redução esperado para os próximos encontros do comitê”, afirmou à Mover o head de câmbio da B&T Câmbio, Diego Costa.

“A fuga de capital costuma ocorrer de forma mais rápida em países com maior risco, o que tem levado o real a manter sua desvalorização frente ao dólar, próximo dos R$4,90. Neste contexto, investidores aguardam os dados da inflação para calibrar novas apostas sobre as taxas de juros tanto no Brasil quanto no exterior”, acrescentou Costa.

Mais cedo, a Fundação Getulio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) de julho, que registrou deflação de 0,40% na base mensal, após ter recuado 1,45% em junho.

Nos EUA, os diretores do Federal Reserve John Williams e Michelle Bowman sinalizarama necessidade de uma atuação mais firme do banco central americano, aumentando as expectativas por novas altas de juros residuais. As declarações impulsionaram os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e, consequentemente, as taxas de juros futuros no Brasil.

Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 subiram 1,5 ponto-base e 6,0 pbs, respectivamente, a 12,48% e 10,54%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 avançaram 4,5 pbs e 7,0 pbs, a 10,11% e 10,85%.

Vale ressaltar que o BC divulgou hoje o primeiro boletim Focus após o primeiro corte de juros em três anos no Brasil. Para 2023, as projeções da Selic caíram de 12,00% para 11,75%; para 2024, de 9,25% para 9,00%, e para 2025, de 8,75% para 8,00%. As revisões não tiveram impacto na curva dos DIs, que já havia se ajustado na semana passada com queda acentuada na ponta curta.