Por Fabricio Julião
O dólar e as taxas de contratos dos juros futuros fecharam em alta nesta quinta-feira (31), em razão dos temores acerca da situação fiscal brasileira. Investidores estão descrentes da capacidade do governo de cumprir a promessa de zerar o déficit primário em 2024, enquanto aguardam a entrega do Orçamento.
Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 1,70%, a R$4,9523. Hoje, o Banco Central anunciou a taxa Ptax de agosto, que fechou em R$4,9219 e levou a oscilações na taxa de câmbio.
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“A última sessão do mês normalmente traz uma maior volatilidade ao mercado cambial. Isso se deve à disputa pela Ptax, onde compradores e vendedores buscam posicionar a cotação de acordo com os interesses estratégicos de seus negócios”, explicou o head de câmbio da B&T Câmbio, Diego Costa.
A moeda brasileira tinha o segundo pior desempenho ante o dólar, à frente apenas do peso mexicano, em uma cesta de 22 moedas acompanhadas pela Mover. Os receios com um crescimento menor no mundo impactaram o desempenho das moedas de países emergentes.
Pares mais fortes e líquidos, como o euro e a libra, também caíam acentuadamente, por volta das 17h, devido a dados mais fracos que o esperado na Europa.
Por aqui, o mercado digere o adicional de risco que envolve a trajetória fiscal. Agentes financeiros não receberam bem o anúncio da ministra do Orçamento e Planejamento, Simone Tebet (MDB), de que serão necessários R$129 bilhões de receitas a mais no próximo ano para atingir a meta do governo.
Os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 fecharam em alta de 1,0 ponto-base e 2,5 pbs, respectivamente, a 12,39% e 10,52%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 avançaram 12 pbs, a 10,33% e 11,09%.
No início da sessão, o mercado ensaiou certo bom humor após o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) variar 0,2% em julho nos EUA, em linha com o esperado. O PCE reforçou a tese de que a entidade pode encerrar o ciclo de altas nos juros por lá.
