Por: Fabricio Julião
As taxas dos contratos de juros futuros fecharam em queda nesta quarta-feira, após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sinalizar que há espaço para continuar cortando a Selic. A taxa de câmbio, por sua vez, oscilou entre ganhos e perdas, e o dólar encerrou em leve alta ante o real, em dia de fortalecimento da moeda americana no mundo.
Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,08%, a R$4,9021.
Em uma cesta de 23 divisas acompanhada pela Mover, a moeda americana ganhava terreno diante de 20, por volta das 17h. A força do dólar no exterior é justificada pelo tom duro da ata do Federal Reserve de ontem, que não descartou nova alta de juros nos Estados Unidos e reiterou que as decisões seriam tomadas “reunião a reunião”. Nesse contexto, o Índice DXY avançava 0,34%, aos 103,9 pontos.
O cenário de cautela no exterior foi mantido após os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA atingirem 209 mil na semana encerrada em 18 de novembro, ante consenso de 225 mil. Além disso, a Universidade de Michigan divulgou que as expectativas de inflação no país para os 12 meses à frente subiram para 4,5% este mês, acima dos 4,2% verificados em outubro.
Na cena local, declarações de Campos Neto pela manhã animaram o mercado, o que resultou na alta do Ibovespa e na queda das taxas dos contratos de juros futuros. O presidente disse que o processo de baixas da Selic não deve afetar o câmbio, e sinalizou que a inflação tem se mostrado bem comportada e deve encerrar 2023 dentro do intervalo de tolerância da meta para o ano, estipulado em 4,75%.
Os DIs com vencimentos em jan/25 e jan/27 recuaram 6,0 pontos-base e 9,0 pbs, respectivamente, a 10,51% e 10,36%. O vértice para jan/31 teve baixa de 7,0 pbs, a 10,97%.
Os vértices iniciaram o dia em queda acentuada, mas arrefeceram o movimento após o governo elevar a projeção de déficit primário para este ano. Segundo relatório de Receitas e Despesas do quinto bimestre divulgado pelos ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda, deve haver déficit primário de R$177,4 bilhões em 2023. Em setembro, a previsão era de rombo de R$141,4 bilhões.
(FJ | Edição: Juliana Machado | Comentários: equipemover@tc.com.br)