Por Fabricio Julião
O dólar e as taxas dos contratos de juros futuros fecharam em direções opostas nesta sexta-feira (16). A moeda americana se valorizou diante do real após cinco dias consecutivos de perdas, enquanto os DIs voltaram a encerrar em queda diante de revisões sobre a inflação e a Selic terminal de 2023, na expectativa da decisão sobre os juros da semana que vem. Ao fim da sessão, o dólar fechou em alta de 0,39%, a R$4,8214.
O dólar se valorizava diante de 12 de 22 moedas acompanhadas pela Mover, por volta das 17h desta sexta-feira. Em dia de realizações, o real perdeu fôlego depois de chegar a ser negociado abaixo dos R$4,80 na véspera, com a entrada de fluxo de investidores estrangeiros no país. A depreciação da moeda brasileira hoje seguiu em linha com a queda do Ibovespa, também após consecutivos pregões de alta.
Já a maior parte das taxas de contratos de juros futuros recuaram ao fim da sessão, voltando ao movimento que vinha se perpetuando há algumas semanas.
Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 fecharam estáveis, a 13,02% e 11,14%, respectivamente. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 caíram, na mesma medida, 8,5 pontos-base e 4,0 pbs, a 10,53% e 11,13%.
Os vértices iniciaram o dia em alta, estendendo os ganhos do dia anterior. Um dos fatores que mexeu com a curva logo cedo foi a divulgação do IBC-Br, que apontou crescimento de 0,56% da atividade brasileira em abril na comparação com março, quase três vezes acima do esperado pelo mercado, cujo consenso era de expansão de 0,20%. O indicador de abril deste ano é o maior desde janeiro de 2014, informou o Banco Central à Mover.
Os DIs passaram a cair com novas previsões sobre indicadores brasileiros, de olho na cena política local e na reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de quarta-feira que vem.
O Santander divulgou hoje revisões das projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passou de 6,0% para 5,2% em 2023, e da taxa Selic terminal deste ano, que foi de 13,00% para 12,50%.
Os agentes financeiros estão à espera do tom que será emitido pelo Copom na semana que vem, sobretudo depois de o Federal Reserve decidir manter inalterada a taxa básica de juros americana. As apostas são unânimes que o BC optará pela manutenção dos juros, mas a grande espera fica por conta do comunicado.
Isso porque existe uma divisão no mercado entre aqueles que acreditam que o início do corte da Selic começará em agosto e aqueles que creem que ocorrerá em setembro, de acordo com o TC Consenso. A magnitude também não é unânime, pois embora a maior parte aposte em redução de 25 pontos-base, alguns economistas estimam que o primeiro corte será de 50 pontos-base.