Exterior misto em dia de agenda esvaziada

Mercado aguarda divulgação da ata do Fomc, que será amanhã

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Por: Leandro Tavares

As bolsas internacionais operam sem direção única no primeiro pregão da semana, com os investidores de olho no comportamento da curva de juros americana, à espera da divulgação, amanhã, da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC). No Brasil, o Banco Central (BC) divulga o boletim Focus.

Os agentes buscam novas pistas sobre a trajetória futura da política monetária americana. Apesar de não haver consenso entre os membros do FOMC sobre o fim do ciclo de alta de juros, o mercado segue embalado pela perspectiva de que a trajetória de alta possa estar no fim.

Nesta manhã, as Treasuries operam em alta, com muitos agentes caracterizando o movimento como ajuste, diante das baixas recentes. O título de dez anos, referência no mercado mundial, opera em elevação de 1 ponto-base. 

Na Ásia, os mercados fecharam mistos, impactados por decisões na China, enquanto no Japão a força do iene pressionou as ações de empresas exportadoras. Na segunda maior economia do mundo, o PBoC, o banco central chinês, manteve a taxa básica de empréstimo de um ano, em 3,45%, assim como a taxa de cinco anos, em 4,2%. 

Ainda no gigante asiático, o governo prepara uma lista de 50 empresas imobiliárias elegíveis para financiamento. De acordo com a Bloomberg, a lista inclui empresas públicas e privadas, em meio ao esforço para estancar a crise no setor. A iniciativa envolve empréstimos bancários, dívida e financiamento de capital. 

Na Europa, os investidores digerem o índice de preço ao produtor na Alemanha, que veio em linha com o consenso, tanto na base mensal, de -0,1%, como na anual, de -11%. 

Nos EUA, o único destaque é um leilão do governo com vencimento de 20 anos. Mesmo sem constar na agenda, os investidores avaliam a possibilidade de discursos de membros do Federal Reserve ao longo do dia. 

No Brasil, o BC divulga, a partir das 8h25, o boletim Focus, que traz a perspectiva do mercado sobre a economia brasileira. Na cena política, a expectativa é que esta semana possa ocorrer algum avanço no Congresso sobre as pautas econômicas do governo. 

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta, sustentado pelo avanço da Petrobras. No mercado de câmbio, o dólar encerrou em alta, em movimento de ajuste.

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam em alta de 0,02%, 0,04% e 0,08%, respectivamente. 

O Índice Stoxx Europe 600 caía 0,04%, enquanto o índice alemão DAX tinha baixa de 0,14% e o britânico FTSE-100 tinha queda de 0,15%. Entre os setores, destaque para o segmento de saúde, que caía 0,90%. 

O dólar americano operava em queda em comparação aos pares. O DXY tinha baixa de 0,30%, aos 103,503 pontos. No geral, as moedas operam sem direção única, com destaque para o lira turca, que subia 0,42%. 

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos, ou T-Notes, operavam em alta de 1 ponto-base, a 4,449%. 

Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong subiu 1,86%, enquanto Xangai Composto teve alta de 0,46%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, caiu 0,59%. 

O minério de ferro com teor de concentração de 62%, negociado na bolsa de Dalian, subia 0,47% às 6h, cotado a US$134,70 por tonelada.

O petróleo tipo Brent, que serve como referência para a Petrobras, operava em alta de 0,76%, a US$81,22 por barril, apoiado pelas especulações sobre eventual medida da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) para equilibrar o mercado. 

O Bitcoin tinha alta de 1,36% nas últimas 24 horas, a US$37.156,00; o Ethereum subia 3,24% no mesmo período. 

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir volátil, com feriado local reduzindo a liquidez, de olho nas commodities e no exterior. De acordo com o BB Investimentos, o índice tem suporte mínimo em 114.000 pontos e resistência máxima em 128.300 pontos.

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em baixa, diante da valorização das commodities e com investidores ajustando posições. 

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de queda. Os juros futuros nos EUA operam em alta, à espera da ata do FOMC. 

DESTAQUES

✋ Com promessa de corte drástico no Estado, Milei vence eleição na Argentina. Candidato libertário teve 55,7% dos votos, vantagem maior do que previam pesquisas; sem citar vencedor, Lula desejou sorte. (Estadão)  

✋ Em guerra com presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, ministros articulam troca de comando da companhia. Rui Costa, da Casa Civil, deve levar a Lula sugestão de nome de substituto. (O Globo)

✋ O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), disse em entrevista à GloboNews, na sexta-feira, que há espaço para a Petrobras reduzir preços dos combustíveis, citando queda das cotações no mercado internacional, e afirmando que uma decisão nesse sentido ajudaria a controlar a inflação. Segundo ele, o litro do diesel poderia cair entre R$0,32 e R$0,42, enquanto a gasolina deveria baixar entre R$0,10 e R$0,12 por litro. (Mover)  

A crise parece instaurada entre o presidente da Petrobras, Jean Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após declarações sobre o preço dos combustíveis. Em resposta, o comandante da estatal afirmou que a companhia já teria condições de fazer uma “redução mais significativa” dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias. No entanto, Prates disse que a Petrobras fará alterações nos preços quando os parâmetros adotados em sua política comercial indicarem “pertinência”. (Mover) 

Varejo vê caos com volta de negociação. Nova exigência de aval dos sindicatos deve elevar custos do setor, que já sofre com concorrência de sites estrangeiros; sindicalistas falam em dar voz aos comerciários. (Estadão) 

Minha Casa, Minha Vida ainda está distante para a classe média. A promessa do presidente Lula de ampliar o programa para renda de até R$12 mil está travada e não tem data para sair do papel. (O Globo)  

A Microsoft informou que Sam Altman irá liderar a nova equipe de inteligência artificial depois que o cofundador da OpenAI foi demitido de sua startup na semana passada, numa tentativa de reforçar os planos de IA da Microsoft e tranquilizar os investidores. Greg Brockman, membro do conselho e cofundador da OpenAI que também deixou a empresa na semana passada, vai se juntar à Altman na Microsoft. (Bloomberg)

Funcionários do Citigroup esperam que o banco anuncie demissões e mudanças na administração nesta segunda-feira, como parte de sua maior reorganização em décadas. No mês passado, o Citi já havia informado planos para reduzir os níveis de gestão de 13 para oito. (Reuters) 

EUA e Catar negociam pausa de ataques em Gaza; Netanyahu rejeita. Líder israelense também parece se distanciar da sugestão americana para que a Autoridade Palestina tenha controle sobre Gaza após a guerra. (Valor)