Dólar sobe com exterior e juros caem a espera do IPCA

Segundo o TC Consenso, o mercado espera uma desaceleração da inflação em comparação com março

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Por: Fabricio Julião

O dólar subia frente ao real nos primeiros negócios desta quinta-feira, após ter caído 0,77% no dia anterior, acompanhando alta do índice dólar. Taxas de juros caem em meio à expectativa com Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na cena local amanhã, enquanto o mercado digere os recentes dados de inflação nos EUA. Diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, disse, em entrevista ao jornal O Globo, que o país ainda precisa superar a pressão sobre os preços no setor de serviços, apesar de “já ter vencido uma primeira batalha contra a inflação”.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o IPCA amanhã às 9h. Segundo o TC Consenso, o mercado espera alta de 0,55% em abril, uma desaceleração em comparação com março, quando o indicador variou 0,71%. A projeção para 2023 continua em 6,10%, acima do teto da meta de inflação de 4,75%, enquanto a estimativa para o IPCA do próximo ano é de 4,20% ao ano.

No exterior, o Banco da Inglaterra (BoE) aumentou a taxa básica de juros pela 12ª vez consecutiva. Com alta de 25 pontos-base, os juros foram para 4,50% ao ano, em linha com o consenso. A decisão não foi unânime, o que indica que o fim do ciclo de aperto monetário pode estar próximo, mas o comunicado do BoE destacou que a inflação ao consumidor foi de 10,2% no primeiro trimestre de 2023, acima do esperado na época das reuniões do comitê de fevereiro e março.

Agentes financeiros ainda repercutem uma possível antecipação no corte de juros americanos, após a inflação ao consumidor por lá dar sinais de arrefecimento. Investidores aumentaram as apostas para uma alta no corte dos Fed Funds em julho ontem, apesar de a hipótese mais aceita seja que o Federal Reserve inicie a redução dos juros em setembro.

Guillen, que acumula ainda as áreas de Política Monetária e Econômica, e Fernanda Guardado, da diretoria de Assuntos Internacionais, participam das reuniões trimestrais com economistas para colher a percepção sobre as condições da economia. Já o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem reunião com representantes da Fitch Ratings e da Secretaria do Tesouro Nacional, em Brasília, para a abertura da Missão de Avaliação de Risco Soberano da Fitch Ratings. O encontro é fechado à imprensa.