Por Fabricio Julião
O dólar fechou a sessão desta quarta-feira (30) em leve alta ante o real, na contramão da queda da moeda americana no exterior. Já as taxas dos contratos de juros futuros encerraram sem direção única, com investidores de olho em dados econômicos americanos e na situação fiscal brasileira, com a iminência da entrega do orçamento de 2024 ao Congresso. Ao fim da sessão, o dólar à vista subiu 0,29%, a R$4,8697.
A bateria de dados econômicos logo pela manhã dos Estados Unidos colaborou para o bom humor do mercado, com o dólar e os DIs em queda e o Ibovespa em alta. O sentimento se alastrou, pois os dados mais fracos da inflação e da atividade econômica americana reforçam a tese de que o Federal Reserve não voltará a subir juros neste ano. O movimento, no entanto, foi revertido nas três vertentes ao longo da tarde.
“Tivemos uma volatilidade acentuada por conta da disputa técnica nas rolagens em relação à Ptax mensal de agosto, que vai ser feita amanhã. Lá fora, os dados da economia americana corroboram a manutenção da taxa de juros, o que levaria o dólar para baixo, mas estamos reticentes aqui por conta dessa questão técnica da Ptax”, destacou o diretor de operações da FB Capital, Fernando Bergallo.
No Brasil, investidores aguardam a entrega do orçamento do próximo ano ao Congresso, prometida pela ministra do Planejamento e Orçamento Simone Tebet (MDB) para amanhã. Segundo ela, o governo manterá a meta de zerar o déficit fiscal no ano que vem e, para isso, a Fazenda precisa de receitas que ainda estão em discussão no Congresso ou na Justiça. Tebet também anunciou no fim desta tarde que o Orçamento de 2024 terá R$129 bilhões a mais em despesas em relação ao deste ano.
“Há uma grande interrogação no momento, que ocorre pois não sabemos se a China está para se tornar um problema, e isso pode impactar o cenário de médio prazo. Além disso, tem a questão da [Lei de Diretrizes Orçamentária] LDO amanhã e do [Produto Interno Bruto] PIB na sexta, então, acho que é um fim de um mês complicado e o mercado está na defensiva”, destacou o economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo.
Os DIs com vencimentos em jan/24 e jan/25 recuaram 2,0 pontos-base e 1,5 ponto-base, respectivamente, a 12,38% e 10,44%. Já os vértices para jan/27 e jan/31 subiram 2,5 pbs e 4,0 pbs, na mesma ordem, a 10,14% e 19,89%.