Por: Fabricio Julião
O dólar recuava diante do real nesta segunda-feira, na esteira do declínio registrados nas últimas semanas com a atratividade no Brasil no cenário internacional. As taxas dos contratos de juros futuros operam sem direção definida nos primeiros negócios do dia, com inclinação para baixo, após a divulgação do boletim Focus e com os agentes financeiros à espera da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) na quarta-feira.
Por volta de 9h30, o dólar à vista caía 0,30%, a R$4,8042, enquanto o dólar futuro subia 0,26%, a R$4,816.
A moeda americana fechou em alta de 0,39% na sexta-feira passada, mas acumulou baixa de mais de 1% na semana devido às sucessivas quedas de segunda a quinta-feira.
O dólar chegou a ganhar força perante seus pares em razão das apostas de que o federal Reserve (Fed) deverá retomar o ciclo de alta dos juros este ano. Isso diminui o carry em relação às taxas de países emergentes e aumenta a procura pela moeda dos EUA. No entanto, a taxa de câmbio logo se reverteu e voltou a registrar apreciação do real, com bons olhares para o Brasil devido ao andamento do arcabouço fiscal e crescimento além do esperado.
A curva de DIs por aqui opera sem direção definida, com alguns vértices em leve queda e outros em alta. Perto de 9h30, os DIs com vencimentos em Jan/24, Jan/25 e Jan/27 recuavam 0,5 ponto-base, a 13,02%, 11,13% e 10,51%, respectivamente. Na ponta longa, a taxa do contrato para Jan/29 subia 2 pbs no mesmo horário, a 10,88%, e a para Jan/31 avançava 4 pbs, a 11,13%.
Investidores também digerem o boletim Focus, do Banco Central, que apontou novo espaço para uma Selic mais baixa em 2023 e 2024, além de projeções menores para a inflação em todos os quatro anos até 2026. Os analistas passaram a prever nível de 12,25% para a taxa básica de juros no fim deste ano, e de 9,50% no fim do ano seguinte.
A semana começa com a expectativa sobre a decisão do Copom em relação aos rumos da política monetária do país. Segundo o TC Consenso, as apostas são para manutenção da Selic em 13,75% nesta reunião de junho, mas o mercado espera que o BC adote um tom um pouco mais dovish em comparação com os comunicados anteriores, sinalizando que o corte de juros está chegando. Economistas se dividem entre a espera de recuo da taxa básica de juros em 25 pontos-base em agosto e setembro, com uma minoria precificando corte de 50 pbs.
O mercado doméstico também acompanhará os trabalhos no Congresso. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deverá iniciar amanhã a apreciação do projeto de lei complementar que institui o novo arcabouço fiscal, já aprovado na Câmara dos Deputados.