Dólar e DIs sobem com busca por proteção no exterior, após PMIs na Europa e na China

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta terça (5)

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Por Juliana Machado

O dólar e os contratos de juros futuros da B3 encerraram o dia em firme alta, em linha com a busca por proteção no exterior, após dados de atividade na Europa e na China desagradarem os investidores e elevarem os temores em relação à economia global.

No fim da sessão, às 17h, o dólar à vista subiu 0,85%, a R$4,9756, enquanto os contratos de dólar futuro subiam 0,66%, a R$4,992.

No mercado de juros, os DIs mais curtos chegaram a ameaçar quedas, mas voltaram a pegar força e terminaram em alta de 0,5 ponto-base no caso do DI para jan/24, a 12,38%, e 3,5 pbs, a 10,63% para jan/25. Na ponta mais longa, os DIs para jan/31 e jan/33 subiram 13 pbs, a 11,22% e 11,34%, respectivamente.

Os mercados locais oscilaram em alta desde a abertura em resposta aos índices de gerentes de compras (PMIs) da Zona do Euro, Alemanha e Reino Unido, que mostraram leitura abaixo de 50 em agosto – o que indica piora da atividade. Na China, o PMI Caixin apontou uma leitura acima de 50, mas no nível mais baixo desde dezembro de 2022.

Os números ajudaram a reforçar os temores de uma atividade global mais fraca e contribuíram para a recomposição do prêmio de risco, sobretudo nos vértices mais longos. O movimento também acompanhou os rendimentos dos títulos do Tesouro americano: as taxas das Treasuries de 10 anos subiam 9,5 pontos-base, a 4,2677%, enquanto as taxas dos títulos para 2 anos avançam 9 pbs, a 4,9576%.

O mercado local de juros vem em tendência de alta após dados mostrarem força da economia brasileira, em especial o Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre.

Hoje, foi divulgada a produção industrial de julho, com retração acima do esperado, mas os PMIs composto e de serviços do Brasil mostraram que ainda há resiliência na economia doméstica – o que contribuiu para o avanço dos DIs. A leitura é de que isso reduz o espaço para cortes mais firmes na Selic pelo Banco Central.

As preocupações com a situação da atividade global são reforçadas em um momento crítico em relação à política monetária dos EUA. A possibilidade de pausa no ciclo de aperto na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 20 de setembro deve ajudar a reforçar a cautela nos mercados nas próximas semanas.