Dólar e DIs longos sobem com aversão ao risco no exterior; DIs curtos recuam após Copom

Acompanhe o fechamento do mercado nesta quinta (3)

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Por Fabricio Julião

As taxas dos contratos de juros futuros fecharam sem direção definida nesta quinta-feira (3), enquanto o dólar avançou pela quarta vez consecutiva. Os DIs com vencimentos mais curtos despencaram devido à sinalização do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de novos cortes de 50 pontos-base nas próximas reuniões. Já os longos encerraram em alta com a sensação de maior aversão ao risco no mundo.

Ao fim da sessão, os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 fecharam em quedas de 20 pbs e 18,5 pbs, respectivamente, a 12,46% e 10,49%. Já as taxas dos contratos para Jan/31 e Jan/33 tiveram altas de 20 pbs, a 10,84% e 10,94%.

“Com o início dos cortes [de juros] para trás, a próxima discussão passa a ser a Selic terminal. Enxergo que a taxa chegará a 9% pelo menos até meados do ano que vem. Com isso, a ponta curta da curva de juros despencou, enquanto os DIs longos subiram com o estresse no exterior”, afirmou o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.

Os vértices longos operaram em leve alta durante a maior parte da sessão, mas acentuaram o movimento antes do fechamento. Segundo especialistas consultados pela Mover, eles seguiram o desempenho do rendimento dos títulos do Tesouro americano de dez anos, que subiam 10,9 pbs por volta das 17h, a 4,193%.

O Treasury de 10 anos é considerado “soberano” e o maior ativo de risco por agentes financeiros e o avanço do seu rendimento na sessão de hoje reflete o alastramento do sentimento de aversão global ao risco. O movimento ocorre com investidores à espera dos dados de emprego do relatório Payroll de amanhã, enquanto precificam novas altas nos juros americanos.

Em meio ao ambiente de cautela, o dólar à vista fechou em alta de 1,97% diante do real, a R$4,8997, a maior alta percentual desde abril.

A taxa de câmbio foi impactada pela diminuição do diferencial de juros entre o Brasil e os Estados Unidos, após a decisão do Copom de ontem. Com o carry menor, investidores veem menos atratividade em investimentos por aqui, e o fluxo de capital acaba permanecendo nos EUA, onde ainda não se sabe qual será a taxa terminal de juros.

“A redução do prêmio ocorreu em meio à maior aversão global ao risco, após o rebaixamento da nota de crédito de longo prazo dos EUA derrubar as principais bolsas pelo mundo, o que ajudou a intensificar a desvalorização do real hoje”, afirmou o head de câmbio da B&T Câmbio, Diego Costa.