Dólar e DIs longos caem com exterior e deflação do IPCA em junho

Confira o fechamento dos juros e da moeda norte-americana nesta terça (11)

Unsplash
Unsplash

Por Fabricio Julião

O dólar e as taxas dos contratos de juros futuros longos fecharam em queda nesta terça-feira (11) no Brasil, em sessão volátil no mercado local e no exterior. Investidores digeriram a deflação mensal de 0,08% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de junho e seguem à espera dos dados de inflação nos Estados Unidos.

Os DIs com vencimentos em Jan/24 subiram 2,5 pontos-base, a 12,85%, os para Jan/25 encerraram estáveis, a 10,77%. As taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 caíram 3,5 pbs e 4,0 pbs, na mesma ordem, a 10,13% e 10,68%.

Na visão do economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, houve uma releitura do mercado em relação à deflação mensal do IPCA de junho. Segundo ele, é possível que o Banco Central opte por um corte de 50 pontos-base na Selic na reunião de agosto – diferente do que a reação inicial do mercado de alta dos DIs deu a entender.

“O IPCA não foi tão ruim quanto a reação inicial do mercado fez sugerir. A inflação de serviços veio pior, especialmente a dos subjacentes, mas a média dos núcleos e a difusão caíram bem. Em geral, não acho que foi um indicador que afasta o corte de 50 pbs [da Selic] em agosto do radar, embora não seja a principal aposta”, afirmou Borsoi.

Investidores aguardam amanhã às 09h30 a divulgação do índice de preços ao consumidor americano de junho (CPI, em inglês). Segundo o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, os sinais de desaceleração da atividade econômica nos EUA – como a queda de empréstimos para a compra de carros novos e usados – mexeram com as expectativas para uma inflação menor.

Se a inflação americana mostrar desaceleração significativa, isso deve fortalecer a aposta em apenas mais uma alta na taxa de juros americana, segundo Gala, o que deve deixar o diferencial de juros ainda alto para o Brasil, mantendo a atratividade do país em voga e estimulando investimentos por aqui. Já o dólar encerrou em baixa de 0,43% ante o real, a R$4,8619.

A moeda americana passou a cair com a alta das commodities no exterior hoje, o que beneficiou mercados emergentes. Perto das 17h00, em uma cesta de 22 moedas acompanhadas pela Mover, o dólar cedia perante 16.

“Além da espera pela inflação americana amanhã, o mercado refletiu as declarações otimistas de Rodrigo Pacheco [presidente do Senado] sobre a Reforma Tributária ser aprovada nos próximos meses”, destacou o head de câmbio para o Norte e o Nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa.