Dólar e DIs despencam com Payroll fraco nos EUA e menor aversão ao risco

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta sexta (7)

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Por Fabricio Julião

O dólar e as taxas dos contratos de juros futuros fecharam em queda nesta sexta-feira (7), refletindo a criação de empregos nos Estados Unidos abaixo do esperado e, no Brasil, a aprovação da Reforma Tributária na Câmara dos Deputados. O dólar fechou em baixa de 1,32% ante o real, a R$4,865. Na semana, a moeda americana acumulou alta de 1,60%.

O que causou a menor aversão ao risco global hoje foi o Payroll americano, divulgado nesta manhã, que apontou a criação de 209 mil novos empregos não-agrícolas em junho, abaixo do consenso de 229 mil.

“A menor geração de vagas trouxe um certo alívio na expectativa do ritmo da alta de juros pelo Federal Reserve. Ainda assim, os dados de hoje não eliminam a possibilidade quase certa de alta de juros na próxima reunião do Fed”, afirmou o economista e fundador da GT Capital, Rodrigo Azevedo.

Derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME) hoje mostraram que 92,4% dos investidores apostam em alta de 25 pontos-base na taxa de juros americana na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) de 26 de julho. Para as reuniões seguintes, há divergências quanto a um novo aumento ou à manutenção dos Fed Funds no intervalo de 5,25% a 5,50%, com a maioria apostando mais na segunda hipótese.

As taxas dos DIs operaram em queda durante todo o dia, corrigindo as perdas das três sessões anteriores, em reação à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição da Reforma Tributária na Câmara ontem.

Segundo especialistas ouvidos pela Mover, o alívio com o avanço da PEC permite que outras agendas consideradas importantes pelo mercado – como o projeto de lei que restabelece o voto de qualidade da União em caso de empate no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) e o arcabouço fiscal – tenham mais chances de serem aprovadas.

“Lembrando que o andamento das reformas estruturais do país sempre estiveram presente nos discursos do presidente do Banco Central, quando questionado sobre o momento de início do ciclo de queda dos juros”, acrescentou Azevedo.

Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 encerraram em quedas de de 4,0 pontos-base e 9,5 pbs, a 12,79% e 10,70%, respectivamente. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 recuaram 14,5 pbs e 19 pbs, a 10,12% e 10,62%.