Por: Fabricio Julião
O dólar e as taxas dos contratos de juros futuros fecharam em queda nesta sexta-feira, em sessão de baixa liquidez devido ao horário de negociação menor nos Estados Unidos. Com poucos catalisadores, investidores repercutiram o veto da desoneração da folha de pagamentos feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao fim da sessão, o dólar à vista caiu 0,17%, a R$4,899. Na semana, a queda acumulada é de 0,14%.
A moeda americana segue com o desempenho mais fraco em relação a outras divisas, como ocorreu ao longo da semana. Em uma cesta de 23 moedas acompanhada pela Mover, o dólar cedia perante 19, perto das 17h. O Índice DXY caía 0,38%, aos 103,37 pontos.
Nos Estados Unidos, as expectativas do dia recaíram sobre a divulgação de dados de atividade econômica do país, que vieram mistos. Segundo a S&P Global, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de Serviços nos EUA em novembro atingiu 50,8, ante expectativa de 50,4, enquanto o PMI Industrial no mês foi de 49,4, abaixo do consenso de 39,8. Já o PMI Composto atingiu 50,7, em linha com as projeções. Leituras acima de 50 indicam expansão da economia e, abaixo disso, retração.
Por aqui, reverberou o veto do presidente Lula à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos, que beneficiaria 17 setores da economia até 2027. A deliberação desagradou a empresários e sindicatos, que dizem que o veto coloca empregos em risco.
Por outro lado, foi uma vitória para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que o impacto da desoneração aos cofres públicos é de R$25 bilhões até 2027. O ministro defendeu o veto e ressaltou que o governo vai trabalhar para recuperar a base fiscal, sendo um dos meios o “combate aos gastos tributários”.
Em dia de agenda esvaziada, a notícia permitiu às taxas de contratos dos juros futuros firmarem movimento de baixa, mesmo com o rendimento das Treasuries americanas em alta, um dia após o feriado de Ação de Graças nos EUA.
Os DIs com vencimentos em jan/25 e jan/27 recuaram 5,0 pontos-base e 3,5 pbs, respectivamente, a 10,44% e 10,34%. O vértice para jan/31, por sua vez, fechou estável, a 11,00%.
(FJ | Edição: Juliana Machado | Arte: Vinícius Martins | Comentários: equipemover@tc.com.br)