Por: Fabricio Julião
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, assim como as taxas dos contratos de juros futuros médias e longas, após sinalizações sobre a condução da política monetária do Banco Central do Brasil e do Federal Reserve, nos Estados Unidos.
Ao fim da sessão, o dólar à vista caiu 0,54%, a R$4,8730.
Perto das 17h, a moeda americana cedia perante 19 de 23 divisas acompanhadas pela Mover, pressionado pela expectativa de que o Fed não voltará a subir os juros nos EUA. No mesmo horário, o Índice DXY recuava 0,41%, aos 102,77 pontos.
Mais cedo, o diretor do Fed Cristopher Waller disse estar “cada vez mais confiante” em relação à política monetária americana, sinalizando que não vê novas altas adicionais nos juros. Já o presidente do Fed de Nova York, John C. Williams, afirmou que as expectativas de inflação de longo prazo estão estáveis nos EUA.
O mercado precifica que a autoridade monetária interrompeu o ciclo de altas com o alvo entre 5,25% e 5,50%. As declarações de hoje vão em linha com as expectativas de que os juros não voltarão a subir, o que causou a estabilidade dos rendimentos das Treasuries americanas.
No Brasil, a diretora do BC Fernanda Guardado afirmou que o ritmo de cortes de 50 pontos-base da Selic “é confortável”, o que contribuiu para a queda das taxas dos contratos de juros futuros médias e longas. Investidores também reagiram ao superávit primário de R$18,3 bilhões registrado pelo governo central em outubro, acima do consenso de R$15,6 bilhões.
Os DIs com vencimentos em jan/25 subiram 1,5 ponto-base, a 10,43%, enquanto os vértices para jan/27 e jan/31 recuaram 1,5 ponto-base e 7,0 pbs, respectivamente, a 10,19% e 10,80%, na mesma ordem.
Os DIs curtos fecharam perto da estabilidade, após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de novembro subiu 0,33% na base mensal, ante consenso de alta de 0,30%. O principal contribuidor do indicador foi a categoria de alimentos, justamente uma das principais preocupações dos economistas para a inflação de 2024.
(FJ | Edição: Gabriela Guedes | Arte: Vinícius Martins | Comentários: equipemover@tc.com.br)