Dólar avança com aversão ao risco global; DIs ficam próximos da estabilidade à espera do Copom

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta terça (1º)

Unsplash
Unsplash

Por Fabricio Julião

O dólar fechou em alta nesta terça-feira (1º), primeira sessão de agosto, impulsionado pela cautela nos mercados. Já as taxas dos contratos de juros futuros, por outro lado, fecharam próximas da estabilidade, com investidores à espera da decisão de juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) amanhã.

Ao fim da sessão, o dólar fechou em alta de 1,31% ante o real, a R$4,791.

“Investidores buscaram proteção na divisa americana em um dia de aversão global ao risco. Este cenário é impulsionado por receios generalizados de recessão rondando as principais economias do mundo após a divulgação dos [Índices de Gerentes de Compras] PMIs Industriais”, explicou o head de câmbio para Norte e Nordeste da B&T Câmbio, Diego Costa.

Na China, o PMI Caixin de julho frustrou as expectativas do mercado ao atingir 49,2, ante consenso de 50,30. O pessimismo acerca da recuperação da economia chinesa contaminou algumas bolsas na Ásia e respingou em outros mercados globais, como o brasileiro.

Nos Estados Unidos, o PMI Industrial da S&P Global atingiu 49 em julho, abaixo do nível de 50, o que indica que a economia americana segue em território de contração. Minutos depois da divulgação do indicador, o relatório Jolts também apontou queda nos dados de oferta de empregos nos EUA para o nível mais baixo desde abril de 2021, registrando a abertura de 9.582 vagas, abaixo do consenso.

“Este cenário pode levar os bancos centrais a revisarem suas políticas de aperto monetário no futuro, especialmente considerando que a inflação começa a apresentar sinais de desaquecimento nas principais economias”, acrescentou Costa.

No Brasil, a produção industrial subiu 0,1% em junho sobre maio, levemente acima das estimativas de retração de 0,1%. A balança comercial, por outro lado, registrou superávit de US$9 bilhões no mês passado, acima do consenso, que apontava superávit de R$8,22 bilhões. Os dados, no entanto, não chegaram a movimentar a curva dos DIs, que operaram perto da estabilidade ao longo do dia com a iminência da decisão do Copom.

Os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 subiram 1,5 ponto-base e 2,0 pbs, respectivamente, a 12,60% e 10,63%. Já os vértices para Jan/27 fecharam em alta de 1,0 pb, a 10,14%, enquanto a taxa do contrato para Jan/31 caiu 1,0 pb, a 10,74%.

Segundo o TC Consenso, há divergências no mercado acerca da magnitude do corte da Selic. A maior parte dos economistas consultados pela Mover acredita que a redução será de 25 pbs, enquanto as opções de Copom têm refletido nos últimos dias um aumento nas apostas para uma queda de 50 pbs. Seja como for, especialistas acreditam que para as próximas reuniões deverá ser adotada uma política monetária menos restritiva, para além dos cortes mínimos.