DIs e dólar sobem de olho em alta tensão na Ucrânia e em leilão do Tesouro

Confira o fechamento da moeda norte-americana e dos juros nesta quinta (20)

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Por Fabricio Julião

As taxas de contratos dos juros futuros fecharam em alta nesta quinta-feira (20), com leilão do Tesouro de prefixados e agentes financeiros cautelosos quanto ao aumento das tensões na Ucrânia. A busca por proteção internacional também depreciou o real perante o dólar, que, por sua vez, subia diante da maioria de seus pares.

Ao fim da sessão, os DIs com vencimentos em Jan/24 seguiram solos em direção baixista e recuaram 1,5 ponto-base, a 12,75%. Já as taxas dos contratos para Jan/25, Jan/27 e Jan/31 fecharam em alta, respectivamente, de 2,5 pbs, 10,5 pbs e 13 pbs, nesta ordem, a 10,82%, 10,35% e 10,89%.

Os vértices chegaram a renovar máxima após o leilão do Tesouro de títulos prefixados realizados nesta quinta-feira. Todas as 10 milhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e 2,5 milhões de Notas do Tesouro Nacional – Série F (NTN-F) ofertadas foram vendidas, a taxas maiores que as aceitas nos leilões passados. O movimento consolida o interesse de investidores por prefixados, uma vez que o leilão de pós, na terça, mostrou pouco apetite por aqueles papéis.

“Houve quedas sequenciais na curva dos DIs nos últimos meses, então na sexta-feira passada ficou claro que haveria um movimento de realização de lucro por parte dos investidores, após esse longo período de fechamento. Isso levou a uma certa abertura hoje e ontem. Nesta quinta-feira, além disso, tivemos um avanço dos Treasuries, provavelmente devido ao aumento da tensão da guerra na Ucrânia e a busca por segurança”, afirmou a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack.

Os novos desdobramentos do embate entre Rússia e Ucrânia também impactaram a taxa de câmbio, em mais um dia de valorização do dólar. Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, apenas quatro apreciavam diante da moeda americana. O dólar à vista fechou em alta de 0,35% ante o real, a R$4,8015.

“Os bombardeios russos aos portos ucranianos confirmam o fim dos ‘corredores de exportação de trigo’, o que deve trazer impactos”, destacou o economista-chefe da Mirae Asset, Julio Netto.

Perto das 17h, o Índice DXY, que mede a força do dólar perante outros pares fortes e com bastante liquidez no mundo, subia 0,55%, aos 100.834 pontos.