DIs caem e dólar sobe com frustração sobre PIB chinês e contração do IBC-Br

Confira o fechamento dos juros e da moeda norte-americana nesta segunda (17)

Unplash
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Por Fabricio Julião

As taxas de contratos dos juros futuros recuaram, enquanto o dólar subiu com os sinais de atividades econômicas mais fracas que o esperado no Brasil e na China. No país asiático, o Produto Interno Bruto (PIB) abaixo das expectativas derrubou a curva dos DIs por aqui e favoreceu a moeda americana. A cena local, contaminada pela inesperada contração da “prévia do PIB”, contribuiu para o sentimento de cautela. 

Ao fim da sessão, os DIs com vencimentos em Jan/24 e Jan/25 caíram, respectivamente, 6,0 pontos-base e 10,5 pbs, a 12,80% e 10,81%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 fecharam em queda de 9,5 pbs e 7,0 pbs, a 10,26% e 10,74%, na ordem.

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, caiu 2,0% em maio na comparação mensal. O resultado surpreendeu negativamente o mercado, que esperava que o indicador registrasse estabilidade no mês. Após a divulgação do Banco Central, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a “desaceleração chegou forte”.

No exterior, o PIB chinês teve crescimento de 6,3% no segundo trimestre do ano, na base anual, menor do que a previsão de analistas, que esperavam 7,3%. Além de ser a segunda maior economia do mundo, a China é o maior parceiro comercial do Brasil. Logo, com o menor poderio econômico dos chineses, a atividade brasileira pode ser impactada no médio e longo prazo, principalmente em relação às commodities. 

A retomada da economia chinesa pós-Covid se mostra, até aqui, decepcionante. Assim, agentes financeiros buscaram proteção na sessão desta segunda-feira, o que prejudicou moedas de países emergentes, como o Brasil.

O dólar à vista fechou em alta de 0,25%, a R$4,8074. A moeda americana ganhou terreno frente à brasileira durante todo a sessão, chegando a subir mais de 1% pela manhã, o que levou a taxa de câmbio a atingir R$4,85. No entanto, o movimento de alta arrefeceu ao longo da tarde. 

“Isso é um indício de perda de força global do dólar, uma vez que pesam as expectativas de que o Federal Reserve (Fed) encerre o ciclo de aumento das taxas de juros”, afirmou o analista de câmbio para Norte e Nordeste da B&T. 

Por volta de 17h, o Índice DXY recuava 0,11%, aos 99.851 pontos. Em uma cesta de 22 divisas acompanhadas pela Mover, o dólar depreciava diante de 12.