Decisão do Copom deve pautar mercado nesta semana

O mercado doméstico também acompanhará os trabalhos no Congresso. A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) deverá iniciar amanhã a apreciação do projeto de lei complementar que institui o novo arcabouço fiscal, já aprovado na Câmara dos Deputados.

Nas commodities, o contrato futuro do minério de ferro teve leve baixa, pressionado pela fraqueza dos preços do aço e após ganhar cerca de 2% na semana passada. O contrato para setembro do mineral cedeu 0,12%, a 809,50 iuanes, a US$113,08 por tonelada na Bolsa chinesa de Dalian. O Banco Central da China deve anunciar sua decisão sobre a taxa prime de empréstimos hoje a noite, após reduzir taxas de juros de curto e médio prazo na semana passada para estimular a economia. Já o petróleo Brent era cotado em leve queda depois de uma alta de 2,4% na semana passada.

Na esfera geopolítica, Blinken se reuniu com o presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim. O encontro ocorreu após o principal diplomata chinês, Wang Yi, ter defendido que Washington e Pequim revertam uma espiral negativa das suas relações. O secretário americano é o funcionário de mais alto escalão do governo americano que viajou a Pequim desde 2018. As conversas foram produtivas, segundo a mídia estatal chinesa e a Casa Branca. Yi aceitou realizar uma visita em Washington, “quando for conveniente para os dois países”.

O dólar abre a semana em leve alta ante a maioria dos principais pares após membros do Federal Reserve manterem um tom conservador quanto ao cenário prospectivo de inflação, o que mantém a aposta majoritária de retomada do aumento da taxa básica americana em julho. Nas trocas com o real, o dólar fechou a sexta-feira em alta de 0,39%, mas acumulou baixa de cerca de 1% na semana passada, enquanto a Bolsa subiu e os juros futuros cederam diante de revisões sobre a inflação e a Selic terminal de 2023, na expectativa da decisão sobre os juros desta semana.

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro do índice Dow Jones cedia 0,04%. Os do S&P500 e Nasdaq 100 tinham variação de 0,02% e 0,05%. A Bolsa de Nova York não funciona hoje em razão das celebrações da emancipação dos afro-americanos escravizados.

O índice Stoxx Europe 600 cedia 0,47%, com as ações do setor químico entre as mais pressionadas. O índice FTSE 100, da bolsa de Londres, perdia 0,31%, e o DAX, da bolsa de Frankfurt, recuava 0,51%.

A maioria das moedas cedia ante o dólar americano. O Índice Dólar DXY subia 0,18%, a 102,48 pontos. O iene estava entre as moedas pressionadas e tocou o menor nível em sete meses ante a divisa americana, diante da postura acomodatícia do Banco Central do Japão na semana passada.

Entre os títulos de renda fixa, o gilt britânico era destaque nesta manhã e a taxa de juros de 2 anos do papel da dívida britânica subia para 4,978%, o maior nível desde julho de 2008 antes da decisão sobre taxa de juros pelo Banco Central da Inglaterra na quinta-feira.

Na Ásia, as bolsas fecharam em queda. O índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, caiu 0,70% e o índice de referência Xangai Composto perdeu 0,54%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, teve variação negativa de 1%, após acumular 10 semanas m alta. O Kospi 200, da bolsa de Seul, perdeu 0,62%.

O Bitcoin subia 0,24% nas últimas 24 horas, a US$26.503; o Ethereum ganhava 0,27% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

O índice EWZ, que replica as ações brasileiras no exterior, subiu 0,25% após o fechamento da sessão regular de sexta-feira em NY. As commodities em baixa na manhã e a baixa liquidez devido ao feriado americano podem pesar sobre o Ibovespa futuro. O mercado se ajusta após o vencimento de opções sobre ações na sexta-feira.

O dólar futuro pode abrir em alta, seguindo o exterior e a valorização das commodities. A tendência primária da moeda americana, no entanto, é de baixa.

Os contratos de juros futuros na B3 podem responder a expectativas de inflação contidas no boletim Focus.

DESTAQUES

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve afrouxar o tom da sua comunicação na semana que vem e dar início ao ciclo de cortes da taxa Selic a partir da reunião de agosto, segundo a maioria dos 115 participantes da Pesquisa pré-Copom conduzida pelo BTG Pactual.De acordo com o levantamento divulgado nesta sexta-feira, 79% dos participantes julgam que o afrouxamento do tom do comunicado deve acontecer já na comunicação da decisão do Copom desta semana. (Mover)

Até o momento, foram apresentadas 41 emendas ao texto do arcabouço fiscal aprovado na Câmara, que é relatado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM). Embora ainda não tenha apresentado relatório sobre a proposição, o relator já adiantou que o limite de gastos do novo arcabouço fiscal não se aplicará ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) nem ao Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). (Senado Notícias)

Os analistas do JPMorgan continuaram projetando riscos de baixa do minério de ferro, destacando que qualquer suporte para o setor imobiliário deve ser localizado e focado. As medidas que podem vir devem priorizar a conclusão de obras e vendas, com impacto nos fluxos de caixas dos desenvolvedores imobiliários, ao invés de mais estímulos para novas construções, afirmaram os analistas. (Reuters)

Autoridades do Federal Reserve endossaram a tese, na sexta-feira, de que a taxa-alvo Fed Funds pode precisar avançar para deter uma persistência inflacionária em determinados setores da economia americana que continuam a não mostrar sinais de desinflação. Os investidores acompanharão, na quinta-feira, o testemunho do presidente da autarquia, Jerome Powell, ao Comitê Bancário do Senado. (Bloomberg)

Analistas do Citigroup apontam que o rali acionário observado recentemente nos EUA está próximo de perder força, com a previsão de que o índice S&P500 recue a 4.000 pontos até o fim do ano. O S&P500 encerrou esta sexta-feira no patamar de 4.409 pontos, próximo da máxima intradiária, de 4.448 pontos. O índice tem sido beneficiado pelo rali acionário de papéis tecnológicos. (Mover)