Decisão do conselho da Petrobras sobre Prates no comando da estatal e anúncios do Tesouro estão no radar

Balanços corporativos e PIB nos EUA estão no radar

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Por: Patricia Lara

O encontro do conselho de administração da Petrobras, que deve chancelar Jean Paul Prates (PT) no comando da estatal, e vários anúncios pelo Tesouro Nacional ficam no radar do mercado doméstico em manhã em que as bolsas europeias e os futuros dos índices acionários dos Estados Unidos perdem força no movimento de alta com resultados trimestrais mistos de empresas americanas e antes de nova rodada de balanços corporativos e indicadores, incluindo o Produto Interno Bruto do quatro trimestre dos EUA.

Hoje, o conselho da Petrobras apreciará o nome de Prates após o comitê responsável por analisar indicações para a cúpula da empresa ter dado aval à nomeação na terça-feira, segundo os jornais. Já o conselho de administração do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou ontem o nome do ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) para a presidência do banco e de três mulheres para sua diretoria.

Enquanto os encaixes em postos-chaves no governo continuam, o Tesouro publica nesta manhã o Plano Anual de Financiamento, no qual detalha a estratégia que pretende usar no refinanciamento da dívida pública, e apresenta os dados de dezembro e de 2022, além de realizar leilão de títulos públicos prefixados, desdobramentos que podem mexer com o mercado de juros, que recuaram ontem. O dólar futuro voltou a fechar em queda na B3 na véspera, na mínima de três meses, com o real favorecido pela atratividade das taxas de juros domésticas elevadas e por sinais de fluxo estrangeiro, o que levou o Ibovespa a subir 1,10% e fechar no maior nível desde novembro.

Hoje, o dólar americano subia ante a maioria das moedas do grupo dos dez países mais desenvolvidos. O Índice Dólar DXY, que mede a variação da moeda ante uma cesta de divisas, oscilava ao redor de 101,82 pontos.O rendimento dos títulos de dívida americana de dez anos avançava.

Além do PIB do quarto trimestre, os EUA divulgam hoje os dados do índice de preços de gasto do mesmo período, às 10h30, quando também saem números semanais de pedidos de seguro-desemprego. Venda de moradias novas referentes a dezembro no mercado imobiliário americano é outro indicador previsto para o dia.

No mercado de commodities, o petróleo Brent se valorizava, cotado ao redor de US$86,50 o barril, após aumento abaixo do esperado do estoque da commodity nos EUA.

No front corporativo, o resultado da Tesla superou projeções no quarto trimestre, apesar da perspectiva de queda na produção. A Nokia trouxe lucro operacional trimestral melhor do que o esperado e as ações da fabricante de chips STMicroelectronics disparavam 9% após a empresa reportar lucro operacional de US$4,4 bilhões, 84% acima do resultado do mesmo período do ano anterior.

MERCADOS GLOBAIS

-Na Ásia, as bolsas fecharam mistas. Na volta do feriado prolongado do Ano Novo Lunar, o índice Hang Seng, da bolsa de Hong Kong, avançou 2,37%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, recuou 0,12%. Já as bolsas de Seul e de Xangai seguiram fechadas.

-O futuro do petróleo Brent para entrega em março subia 0,87%, a US$86,83 o barril.

-O contrato de ouro para entrega em março cedia 0,25%, a US$1.937,70 a onça-troy.

-O Bitcoin subia 1,63% nas últimas 24 horas, a US$22.974,70; o Ethereum disparava 4,01% no mesmo período.

MERCADOS LOCAIS

-O futuro do Ibovespa pode subir, prolongando os ganhos vistos na véspera. O índice EWZ, que replica as ações brasileiras no exterior, subia 2,56% no pré-mercado americano, com os recibos de ações da Vale em queda de 0,53% e os da Petrobras em alta de 0,50%.

-O dólar futuro pode abrir em queda, dando continuidade ao movimento de desvalorização na B3 em meio ao carrego atrativo para a moeda e antes da reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central na próxima semana.

-Os contratos de juros futuros na B3 podem subir com foco nos leilões e nos anúncios do Tesouro Nacional.

DESTAQUES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na sua tentativa de demover o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, de negociar individualmente um acordo comercial com a China, afirmou que o Mercosul precisa selar o acordo com a União Europeia, mas prometeu discutir um possível tratado do bloco com a China depois disso. (Mover)

Brasil e Argentina mostraram preocupação durante o encontro dos presidentes de ambos países em Buenos Aires de que o avanço das negociações para um acordo de livre-comércio entre Uruguai e China, separadamente do Mercosul, fosse resultar num enfraquecimento do bloco econômico. Isso porque uma das principais regras firmadas entre os países da região é de respeito à Tarifa Externa Comum, que padroniza a taxa de importações de fora do bloco. Um acordo entre China e Uruguai colocaria fim à tarifa. Ontem, Lacalle Pou disse que seguiria no avanço das tratativas com o país asiático. (Mover)

Além de Mercadante, ontem o conselho de administração do BNDES também escolheu Tereza Campello, Natalia Dias e Helena Tenorio para comporem a diretoria do banco. As aprovadas se juntam aos diretores já nomeados Alexandre Corrêa Abreu, José Luis Gordon, Nelson Barbosa e Luiz Navarro. As três novas diretoras têm perfis muito distintos, sendo Campello pesquisadora e professora; Dias uma profissional com 25 anos de experiência em bancos de investimento; e Tenorio funcionária de carreira do banco. (BNDES)

A crise da Americanas deve provocar uma perda na rentabilidade dos fundos de crédito entre 1,5% e 2% em janeiro, segundo estimativa do gestor de crédito e sócio da JGP Asset Management, Alexandre Muller. A projeção é baseada no Idex-CDI Geral, índice criado pela gestora para medir o desempenho médio de fundos com alocação superior a 50% do patrimônio em ativos de crédito. (Mover)

O Banco do Japão deve permitir que os rendimentos dos títulos do governo se movam de forma mais flexível e deve se preparar para aumentar as taxas de juros de curto prazo rapidamente se os riscos de alta “significativos” para a inflação se materializarem, disse o Fundo Monetário Internacional. (Reuters)

A Casa Branca anunciou na véspera, formalmente, que enviará tanques para a Ucrânia, em um movimento coordenado no qual a Alemanha e outras nações europeias também enviarão seus próprios tanques em razão de uma ofensiva que se aproxima do lado da Rússia. (Wall Street Journal)

A SAP anunciou que demitirá 3.000 pessoas, ou cerca de 2,5% de seu quadro de funcionários, engrossando a lista de gigantes de tecnologia que estão promovendo demissões relevantes. A companhia alemã informou ainda que avalia a venda da provedora de software Qualtrics. Os anúncios ocorreram após a divulgação de resultados positivos no quarto trimestre. (CNBC)

A Ernst Young Alemanha planeja cortar 40 sócios e demitir 380 funcionários, enquanto a empresa tenta melhorar a lucratividade após os danos causados ​​pelo escândalo da Wirecard. (Financial Times)

EMPRESAS

A Americanas apresentou ontem um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, processo conhecido como “Chapter 15”, noticiou a agência Reuters citando documento judicial. Com o movimento, a empresa busca estender os efeitos protetivos do processo de recuperação judicial para os seus ativos nos EUA, como ocorre no Brasil. (Agências)

Em petição protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo, o Bradesco afirma que integrantes do comitê independente criado pela Americanas para apurar “inconsistências contábeis” de R$20 bilhões guardam relações de interesse com o desfecho da investigação. O Bradesco alega que o escritório de advocacia Yazbek Advogados, do coordenador do comitê, Otávio Yazbek, assessorou a B2W na combinação de negócios com a Americanas, e que Vanessa Lopes, também integrante do comitê, é integrante do conselho da varejista. (Valor)

O próximo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia terá o desafio de recuperar o poder nos conselhos e diretorias das companhias investidas da União, como a Eletrobras e a Petrobras, disseram fontes. O diagnóstico do ministro da pasta, Alexandre Silveira (PSD), é que o governo possui muito peso na composição acionária dessas companhias, mas “manda” como um minoritário. (Scoop by Mover)

As ações da Tesla subiam no pós-mercado de ontem, após a montadora do bilionário Elon Musk divulgar o seu balanço do quarto trimestre com lucro líquido ajustado de US$1,19 por ação, acima do consenso de US$1,13, beneficiado pelas entregas recordes de quase 405,3 mil veículos no período, uma alta anual de 31%. (Mover)

AGENDA

-Investimento Estrangeiro Direto (Brasil) – O Banco Central divulgará os dados do investimento estrangeiro direto referentes a dezembro. Divulgação: 09h30. Anterior: +US$8,34 bilhões. Consenso: +US$5,7 bilhões.

-Conta Corrente (Brasil) – O Banco Central divulgará os dados de conta corrente referentes a dezembro. Divulgação: 09h30. Anterior: -US$60 milhões. Consenso: -US$6,45 bilhões.

-PIB trimestral (Estados Unidos) – O Departamento de Comércio divulga a primeira leitura sobre dados da atividade econômica dos EUA referentes ao quarto trimestre. Divulgação: 10h30. Anterior: +3,20%. Consenso: +2,60%.

-Auxílio-Desemprego (Estados Unidos) – O Departamento de Trabalho divulgará os números de pedidos de seguro-desemprego nos EUA referentes à semana encerrada em 21 de janeiro. Divulgação: 10h30. Anterior: 206 mil. Consenso: 209 mil.

-PCE (Estados Unidos) – O Departamento de Comércio divulgará dados do índice de preços de gasto do quarto trimestre de 2022. Divulgação: 10h30.

-Tesouro (Brasil) – O Tesouro Nacional realiza leilão de NTN-Fs para 2029 e 2033 e LTNs para 2023, 2025 e 2026. Divulgação: 11h00.

-Novas moradias (Estados Unidos) – O Departamento de Comércio divulga a venda de moradias novas referentes a dezembro. Divulgação: 12h00.

-Tesouro (Brasil) – O Tesouro Nacional divulga o Relatório Mensal da Dívida de dezembro, o Relatório Anual da Dívida e o Plano Nacional de Financiamento para 2023. Divulgação: 14h30.

-Tesouro (Estados Unidos) – O Tesouro realiza leilão de Treasuries de sete anos. Divulgação: 15h00.

-Balanços (Brasil) – Cielo divulga os resultados do quarto trimestre após o fechamentos dos mercados locais.