Por Luca Boni
O Ibovespa fechou a sessão desta quarta-feira (6) em queda, em linha com o clima de maior aversão ao risco no exterior. Na véspera do feriado do Dia da Independência no Brasil, o sentimento de cautela predominou sobre os mercados após a divulgação de dados econômicos fortes nos Estados Unidos, que trouxeram incerteza sobre a condução da política monetária por lá.
O Ibovespa recuou 1,15%, aos 115.985 pontos, na terceira queda consecutiva. A sessão teve volume de R$15,8 bilhões, abaixo da média de 50 pregões.
Os dados do PMI ISM de Serviços acima do esperado nos EUA em agosto pesaram sobre as bolsas americanas e sobre o Ibovespa, com o aumento de especulações de que o Federal Reserve possa manter a taxa de juros elevada por mais tempo, dado o potencial efeito da resiliência da atividade sobre a inflação. Isso aumenta a busca por proteção e diminui, portanto, a atratividade de ativos de renda variável.
Segundo o especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, Caio Canez de Castro, o cenário negativo no exterior foi determinante para o movimento do Ibovespa hoje. “Além disso, a baixa liquidez e o feriado de amanhã reduziram o apetite ao risco dos investidores”, afirma.
Ainda nos EUA, investidores digeriram a divulgação do Livro Bege, pesquisa com 12 distritos que mostrou que a atividade econômica americana e os dados de emprego avançaram em ritmo modesto entre julho e agosto. O documento também apontou que o ritmo de alta dos preços na economia desacelerou de forma geral, com destaque para os setores de manufatura e bens de consumo.
Entre as ações destaque no dia, as ON da Vale, da Eletrobras e da Localiza recuaram 1,59%, 2,15% e 2,60%, respectivamente, sendo os maiores detratores do índice. Já as ON da Vamos, da CVC e da IRB Brasil cederam 7,10%, 4,94% e 4,49%, nesta ordem, liderando as quedas percentuais.
Na ponta oposta, as ON e PN da Petrobras subiram 0,49% e 0,45%, na sequência, e limitaram as perdas do Ibovespa.
As PNA da Braskem avançaram 5,39%, entre as maiores altas percentuais do dia. De acordo com Castro, os papéis da companhia subiram por certo otimismo com o anúncio da emissão de bonds da companhia, com potencial de captação de US$1 bilhão.