Por Reuters
Equipes de resgate que procuram um submarino desaparecido perto do naufrágio do Titanic concentraram seus esforços, nesta quarta-feira (21), em uma área remota do norte do oceano Atlântico onde uma série de ruídos submarinos foram detectados, embora autoridades tenham alertado que os sons podem ter se originado do próprio navio.
Com estimativas sugerindo que o fornecimento de ar a bordo do submarino pode acabar até a manhã de quinta-feira, uma coalizão internacional de equipes de resgate vasculhou uma vasta extensão do oceano em busca do submarino Titan, que desapareceu no domingo enquanto levava cinco pessoas ao fundo do oceano para visitar os destroços do Titanic como parte de uma expedição turística.
A Guarda Costeira dos EUA disse que veículos submarinos operados remotamente foram enviados à área onde uma aeronave canadense registrou os ruídos usando bóias de sonar na terça-feira e nesta quarta, mas ainda não encontrou sinais do Titan.
O capitão da Guarda Costeira, Jamie Frederick, disse em uma entrevista coletiva que a análise dos ruídos foi “inconclusiva”. “Quando você está no meio de uma operação de busca e resgate, você sempre tem esperança”, disse. “Sobre esses ruídos especificamente, não sabemos o que eles são, sendo sincero”.
Mesmo se o submarino for localizado, recuperá-lo representará um enorme desafio logístico, dadas as condições extremas a quilômetros de profundidade.
Equipes de Estados Unidos, Canadá e França, usando aviões e barcos, procuraram por mais de 25.900 quilômetros quadrados de mar aberto, uma área praticamente do tamanho do Líbano ou do Estado norte-americano de Massachusetts.
O submarino Titan, com 6,7 metros, operado pela OceanGate Expeditions, sediada nos EUA, começou a descer às 8h (horário local) de domingo. Perdeu contato com a superfície durante o que deveria ser um mergulho de duas horas até o Titanic.
O submarino tinha 96 horas de ar, segundo especificações da empresa, o que pode significar que o oxigênio acabará até a manhã de quinta-feira. Mas especialistas dizem que o fornecimento de ar depende de vários fatores, incluindo se o submarino permaneceu intacto e ainda tem energia.
Os destroços do transatlântico britânico, que afundou ao atingir um iceberg em sua primeira viagem em 1912, estão no fundo do mar, a uma profundidade de cerca de 3.810 metros. Ficam a cerca de 1.450 quilômetros a leste de Cape Cod, no Massachusetts, e 643 quilômetros ao sul de St. John’s, Terra Nova e Labrador, no Canadá.
As pessoas a bordo do submarino, o ápice de uma aventura turística que custa 250.000 dólares por pessoa, incluem o bilionário britânico Hamish Harding, de 58 anos; o empresário nascido no Paquistão Shahzada Dawood, de 48 anos; e seu filho de 19 anos, Suleman, que são cidadãos britânicos. O explorador francês Paul-Henri Nargeolet, de 77 anos, e Stockton Rush, fundador e executivo-chefe da Ocean Gate Expeditions, também estariam a bordo.