Por: Beatriz Lauerti e Márcio Aith
Desde o início do governo Lula, cresceu o percentual de brasileiros que acreditam em uma piora na economia para os próximos meses, de 20% em dezembro de 2022 para 26% em março deste ano, de acordo com pesquisa Datafolha divulgada no domingo (2).
A pesquisa mostrou que 26% apostam que não haverá mudança. O montante que acredita em uma melhora futura caiu de 49% para 46%.
A maioria dos entrevistados (41%) afirmou que a situação da economia não mudou até agora, segundo o levantamento. O percentual vem seguido pelos que pensam que piorou (35%) e por aqueles que apostam que melhorou (23%).
Taxa de juros e inflação
Para 71% dos entrevistados, a taxa de juros está em um patamar acima do ideal, e além disso, mais da metade dos entrevistados acredita que a inflação continuará a subir (54%). Em dezembro, o percentual a respeito da inflação somava 39%.
Um montante de 80% dos participantes da pesquisa defende a pressão do presidente Lula sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em favor da redução nos juros.
Já entre os empresários que responderam a pesquisa , apenas 28% concordam com a postura de Lula sobre o BC. De acordo com análise do cientista político Antônio Lavareda, essa classe preza pela autonomia do Banco Central, por isso discordam da posição de Lula, mas também estão insatisfeitos com o patamar atual da taxa de juros no país.
Os que acreditam na queda da inflação nos próximos meses são 20%, enquanto 24% entendem que não haverá mudança.
Aqueles que defendem a redução nos juros não colidem com os que acreditam que a economia vai piorar no governo Lula, segundo Lavareda, já que o próprio presidente sugeriu que “o Brasil só vai voltar a crescer com a queda nos juros”, disse.
Lavareda afirmou que “há um consenso de que o remédio da alta na taxa de juros alta para conter inflação está sendo amargo demais”.
Desemprego
O pessimismo dos entrevistados sobre o desemprego também aumentou, indo de 36% em dezembro para 44% em março deste ano. Os 37% que observavam queda nesse indicador, agora são 29%.
Os números mostrados pela pesquisa vão de acordo com os resultados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que revelaram uma alta de 8,6% na taxa de desemprego no trimestre encerrado em fevereiro.