Bradesco eleva previsão para inflação neste ano e vê pressão do mercado de trabalho

Banco também vê pressão do mercado de trabalho em 2023

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Por: Patricia Lara

O Bradesco (BBDC4) revisou para cima a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, após a resolução da questão tributária dos combustíveis. A estimativa passou para 5,9%, ante 5,7% projetados no mês passado, contemplando a expectativa de alta de 8,7% dos preços administrados.

Em relatório assinado pela equipe de economistas liderada por Fernando Honorato, o Bradesco avalia que a inflação de bens e serviços segue persistente, mas que o atual ciclo monetário deve continuar se refletindo na desaceleração dos preços.

Segundo a equipe, o mercado de trabalho continua gerando pressão sobre a inflação. Os analistas destacaram que por um lado houve desaceleração do ritmo de crescimento da ocupação, mas, por outro, os salários continuam em alta, com crescimento real.

Diante do contexto de aumento do salário-mínimo, isenções de impostos, programas de renegociação de dívidas e de transferências de renda, o Bradesco estima que a massa ampliada deve sustentar o consumo das famílias neste início de ano.

O banco também revisou para baixo a projeção para a relação dívida bruta/Produto Interno Bruto deste ano para 76,2%, ante 78,8% projetado em fevereiro. Para 2024, o banco revisou essa relação de 81,5% para 78,7%.

A taxa básica de juros deve encerrar o ano em 12,25%, com cortes ocorrendo mais para o final do ano, informou o banco. As estimativas dependerão do arranjo fiscal e do debate sobre as metas de inflação.