Bolsa cai 1,4% com temores sobre risco bancário e político

Investidores ficam cautelosos à espera do Copom

Mercados sobem com Fed no foco e China no radar
Mercados sobem com Fed no foco e China no radar

Por Luca Boni e Gabriel Ponte

O índice Bovespa encerrou a sessão desta sexta-feira em queda, acompanhando o desempenho das bolsas em Nova York, que continuam pressionadas pela crise no setor financeiro. Por aqui, investidores aguardam com cautela o anúncio do novo arcabouço fiscal e a decisão de juros do Comitê de Política Monetária do Banco Central, na próxima semana.

O Ibovespa caiu 1,40% aos 101.981 pontos, menor nível de fechamento dos últimos oito meses. Na semana, a quarta consecutiva de queda, o índice perdeu 1,58%.

Investidores continuaram a temer um potencial contágio da crise bancária nos Estados Unidos, mesmo após um grupo de grandes bancos anunciar na véspera uma injeção de US$30 bilhões a uma instituição regional, que tem sido monitorada pelos reguladores americanos.

O índice financeiro recuou 3,05%, pressionando o Ibovespa. As ações preferenciais do Bradesco e do Itaú e as ordinárias da B3 caíram 4,17%, 2,87% e 4,72%, respectivamente. Os papéis do setor financeiro foram alvos de fluxo vendedor de corretoras estrangeiras, de acordo com operadores ouvidos pela Mover.]

As ações ordinárias da Eztec caíram 10,73%, liderando as quedas percentuais, após a construtora registrar lucro líquido de R$31,5 milhões, abaixo do consenso Mover de R$63,8 milhões, com impacto negativo do reconhecimento de uma multa referente ao atraso esperado para além do prazo de carência do projeto EZ Parque da Cidade.

Na ponta oposta, os papéis da 3R Petroleum avançaram 16,73%, após a companhia informar pela manhã que a Petrobras manterá o processo de venda do Polo Potiguar, cujo contrato de aquisição já foi assinado. Em comunicado hoje, a estatal informou que, após o pedido do governo, realizou um estudo preliminar sobre as operações em curso.

As expectativas entre os investidores aumentam, no aguardo da apresentação sobre o texto do novo arcabouço fiscal da equipe econômica. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou que a proposta da nova âncora fiscal já tinha sido entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e agora cabe a ele encaminhá-la.

Na próxima semana, agentes de mercado vão ficar atentos à reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que divulgará sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic, na quarta-feira. No mesmo dia, o Comitê Federal de Mercado Aberto divulgará a decisão de juros nos Estados Unidos.