Aposta de alta de juros em 0,25% pelo Fed cresce após balanço do JP

Os derivativos apontavam também 20% de chance de a taxa seguir estável na faixa atual de 4,75% a 5%

Facebbok/JP Morgan
Facebbok/JP Morgan

Por Patricia Lara

A probabilidade de haver um aumento de juro de 25 pontos na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto, o FOMC, voltou a crescer hoje, após a rodada de resultados acima do consenso dos grandes bancos americanos no primeiro trimestre do ano, beneficiados pela migração de depósitos de bancos regionais.

Os resultados dos bancos se sobrepõem a dados que mostraram queda forte do varejo em março no país. Assim, os derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange (CME) passaram a atribuir uma probabilidade de 79,9% de ajuste de 25 pontos-base, para a faixa de 5,00% a 5,25%, da taxa-alvo dos Fed Funds na próxima reunião do FOMC, em 2 e 3 de maio. A aposta em um ajuste de 25 pontos-base estava em 67% ontem e em 71,2% há uma semana.

Os derivativos apontavam também 20% de chance de a taxa seguir estável na faixa atual de 4,75% a 5%, ante 33% ontem e 28,8% na semana passada.

Entre os titãs do setor bancário, o JPMorgan Chase registrou uma receita recorde que superou as expectativas dos analistas devido às taxas de juros mais altas. O JPMorgan Chase reportou receita de US$39,34 bilhões, superando as estimativas de US$36,19 bilhões de analistas consultados pela Refinitiv. O Wells Fargo anunciou lucro por ação chegou a US$1,23, 10 centavos a mais do que os analistas consultados pela Refinitiv esperavam. A empresa registrou receita de US$20,73 bilhões, superior aos US$20,08 bilhões esperados por Wall Street. Já o Citigroup anunciou lucro líquido por ação de US$2,19, ante o consenso de US$1,70.

Os resultados ocorrem após o colapso do Silicon Valley Bank e o Signature Bank, duas instituições regionais.

Entre os dados, o saldo dessa manhã é misto. As vendas do varejo caíram 1% em março, no comparativo mensal, ante contração esperada de 0,4%, em um sinal de que o aumento de as pressões de custos e a taxa alta de juros podem ter desestimulado o consumo.

Em contrapartida, a produção industrial americana cresceu 0,4% em março, superando a previsão de 0,2% e após o aumento revisado em alta para 0,2% em fevereiro.