Por Sheyla Santos
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, afirmou nesta quarta-feira à imprensa, logo após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) e representantes de montadoras que não acredita que haverá demissões em massa no setor em curto prazo.
Neste mês, quatro montadoras — Hyundai, Mercedes, GM e Stellanti — anunciaram férias coletivas numa tentativa de reduzir os estoques, e a Volkswagen anunciou interrupção em suas fábricas por falta de peças.
“Cada montadora tem a sua realidade, isso não dá para a gente falar como setor. Atualmente, são quatro empresas que estão administrando a questão da sua produção”, disse.
Para o presidente da associação, a crise na produção brasileira, provocada pela falta de semicondutores na pandemia, estaria ficando para trás. Hoje, segundo ele, o grande problema para o setor é a migração do consumidor para o mercado de veículos usados.
“Há dois anos e meio, 70% das vendas [que o mercado] vendia eram a prazo e 30% de vendas à vista. Agora, neste mês, nós estamos vendendo 70% de vendas à vista e 30% de vendas a prazo, o que significa que esse consumidor desapareceu e está indo para o mercado de usados, com mais de 10 anos de uso”, disse. “Hoje, a gente começa o ano com sinais na demanda”.
Leite afirmou que apresentou ao governo um estudo de curto, médio e longo prazo para reduzir o custo Brasil para as montadoras.