São Paulo, 1/04/2025 – As ações do BRB, banco estatal de Brasília, disparam até 213,2% apenas no início desta semana, na sequência de notícia sobre aquisição do Banco Master por R$2 bilhões, divulgada na sexta-feira após fechamento do mercado.
Os papéis ordinários do banco têm a maior alta entre ativos da B3 monitorados pela Mover, e avançavam 63,6% nesta manhã, a R$22,48. Já os preferenciais tinham alta de 53,8%, a R$20,0. No acumulado da semana, BRB ON dispara 213,2% e BRB PN, 146,3%. Apenas ontem, BRB PN saltou 90%, e BRB ON subiu 83%.
Dados do Profit, levantados pela Mover, apontam que Terra CV lidera compras de BRB ON. Já Ativa CV liderava compras de BRB PN, com UBS liderando ponta vendedora para ambos papéis.
O volume projetado para os papéis de BRB ON estavam em R$7,5 milhões na sessão, enquanto para BRB PN, R$11,6 milhões, ambos muito acima da média dos últimos 50 pregões que se encontrava na casa dos R$7 mil antes das nóticias sobre a aquisição do banco Master.
A transação de compra do Master envolve a aquisição pelo BRB de 58% do capital total, com 49% das ações ON, com direito a votos. O valor equivale a 75% do patrimônio consolidado do banco, ajustável após auditoria. A transação está sujeita à aprovação do Banco Central, e será discutida em reuniões hoje.
A agenda do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, mostra audiência hoje, às 11h, com o CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro. Na véspera, Vorcaro também teria se reunido com o chairman do BTG Pactual, André Esteves, segundo colunista Lauro Jardim, em meio a negociações para o banco de investimentos assumir ativos do Master (empresas adquiridas pelo banco que ficaram de fora da aquisição do BRB), bem como precatórios. De acordo com o colunista, o encontro tratou-se de uma “conversa inicial”.
Ao mercado, o BTG disse que “sempre analisa oportunidades de consolidação no mercado financeiro que possam trazer valor aos seus acionistas e tenham o suporte dos reguladores”, embora não tenha mencionado diretamente o Master.
Segundo notícias, o BTG Pactual recentemente ofereceu R$1 para assumir o controle do Master e dar cobertura a todos os problemas de lastro que o banco tivesse, além de capitalizar a instituição financeira. De acordo com O Globo, Vorcaro deixaria o negócio sob proposta apresentada. Não houve consenso, porém, entre os grandes bancos que controlam o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) acerca da proposta, que não foi concretizada.
O FGC é uma entidade privada, financiada pelas instituições financeiras associadas, que cobre investimentos de até R$250 mil por pessoa física ou pessoa jurídica, com teto global de R$1 milhão a cada quatro anos. Estão contemplados pelo fundo ativos como: conta corrente e conta poupança, em termos de depósito bancário, além dos Certificados de Depósitos Bancários e outros em aplicações financeiras.