Por: Luciano Costa
As ações da Petrobras dispararam na manhã desta terça-feira, após a companhia anunciar reajustes de dois dígitos nos preços dos combustíveis, o que aliviou preocupações do mercado com o represamento dos valores nas refinarias e beneficiou outras empresas do setor como Vibra Energia e Ultrapar, segundo analistas.
Por volta de 11h20, as PN da estatal subiam 3,39%, a R$31,68 cada, após terem tocado máxima de R$32,15 na sessão. No mesmo horário, o Ibovespa operava perto da estabilidade, aos 116,8 mil pontos.
A Petrobras elevou o valor do litro da gasolina em 16%, e do diesel em 26%, conforme comunicado divulgado pela manhã, o que foi bem recebido pela equipe do Goldman Sachs. “Vemos a notícia de hoje como positiva, uma vez que mostra que a Petrobras não deve subsidiar os combustíveis no Brasil de forma significativa”.
“Também antecipamos ganhos com estoques para distribuidoras de combustíveis sob nossa cobertura, Vibra e Ipiranga, da Ultrapar”, acrescentaram os analistas, que mantiveram recomendação de “compra” para Petrobras, com preço-alvo de R$40 para os papéis PN.
As ON da Ultrapar subiam 2,26% por volta de 11h20, a R$19,01 cada, enquanto as ON da Vibra Energia saltavam 6,73%, para R$17,45.
O time do TC Matrix estimava a necessidade de aumento de ao menos R$0,45 no litro diesel e de R$0,19 no da gasolina, contra R$0,78 e R$0,41 anunciados hoje pela estatal.
“Nosso modelo aponta que a margem com refino estava negativa desde o início deste mês. Nesse sentido, acreditamos que o reajuste acima do esperado seja possivelmente para compensar perdas que a companhia estava tendo nesse segmento e com as importações, controlando isso numa espécie de ´conta gráfica´”, disse o analista Arlindo Souza.
Para Souza, o reajuste também mostra que a Petrobras tem pouco espaço para se afastar materialmente dos preços internacionais de referência para os combustíveis. “Apesar dos ruídos, vimos isso na gestão anterior, e a gestão atual está sendo duramente testada agora”, afirmou.