Mercados sobem de olho em PMIs e à espera de balanço da Nvidia

No Reino Unido, o PMI composto foi de 47,90 em agosto, sendo que os analistas esperavam 50,30. Já o indicador de serviços atingiu 48,70 no mesmo período, abaixo da estimativa de 51. Na zona do euro, o PMI de serviços foi de 48,30 em agosto, enquanto os analistas esperavam 50,50. O indicador composto, por sua vez, foi de 47 no mesmo intervalo, abaixo da projeção de 48,50. 

No geral, os PMIs mostram uma economia enfraquecida, principalmente na Alemanha, o que reforça as apostas de uma trajetória menos dura na política econômica na Europa, fator positivo para o mercado de ações nesta quarta-feira. Às 11h, ainda está previsto a divulgação da confiança do consumidor de agosto na zona do euro, no qual o consenso prevê uma retração de 14,3 pontos. 

Na Ásia, os mercados encerraram sem direção única, após a divulgação do PMI composto, industrial e de serviços do Japão, que atingiram 52,60, 49,70 e 54,30 pontos, em agosto, respectivamente, mostrando certa recuperação das atividades japonesas, principalmente em relação a julho.

Além disso, os mercados asiáticos ainda estão apreensivos sobre o ritmo da economia chinesa, que tem gerado apreensão ao redor do mundo, já que as expectativas não são nada animadoras.

 

Nos Estados Unidos, em meio à alta dos juros, que impactou os mercados nos últimos dias, os agentes vão acompanhar a divulgação do índice de hipotecas, às 8h, enquanto às 10h45 será a vez dos índices de gerente de compras. 

Às 11h, será divulgado as vendas de casas novas de agosto, e às 11h30 o estoque semanal de petróleo do Departamento de Energia, com o consenso prevendo uma queda de 2,85 milhões. Por fim, às 14h, o governo vai realizar o leilão de Treasuries de 20 anos.

Mais tarde, depois do fechamento do mercado, a Nvidia, fabricante de chips, vai divulgar os resultados do segundo trimestre. Nos últimos dias, as ações da companhia estiveram entre as maiores altas da Nasdaq, diante da expectativa positiva para os números da companhia. 

Por fim, os investidores estão à espera do simpósio Jackson Hole, evento anual promovido pelo Fed de Kansas City, no qual reúne especialistas de todo o mundo para tratar de política monetária, que terá início amanhã. O dia mais aguardado, porém, é a sexta-feira, quando está previsto um discurso de Jerome Powell, presidente do banco central americano.  

No Brasil, a agenda econômica está praticamente esvaziada, com a previsão apenas de divulgação pela FGV, às 8h, do IPC-S da terceira quadrissemana de agosto. 

No âmbito político, segue no radar a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros na Cúpula dos Brics, grupo formado por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul, que vai até o final da semana. 

Na cena política, mesmo sem a reforma ministerial do governo Lula, que tem como objetivo contemplar o chamado centrão, a Câmara aprovou na noite de ontem, por 379 votos a favor e 64 contrários, o arcabouço fiscal, acatando apenas as emendas do Senado referentes à exclusão do teto de gastos do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e do Fundo Nacional da Educação (Fundeb). O restante foi rejeitado.

Mais tarde, a partir das 13h, está prevista a votação do Projeto de Lei (PL) que estabelece o voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, além da Medida Provisória (MP) do salário mínimo e da correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) na Câmara dos Deputados, às 14h. 

Ontem, o Ibovespa encerrou em alta, acima dos 116 mil pontos, impulsionado pela Vale e de olho em pautas econômicas. No mercado de câmbio, o dólar fechou em baixa, diante da expectativa de aprovação do arcabouço fiscal. No pré-mercado, o ETF de ativos brasileiros EWZ subia 0,33%. 

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam em alta de 0,39%, 0,54% e 0,68%, nesta ordem. 

O Índice Stoxx Europe 600 subia 0,63%, enquanto o índice alemão DAX tinha alta de 0,49% e o britânico FTSE-100 operava em alta de 0,88%. No pregão, praticamente todos os setores operam em alta, com exceção do segmento de energia, que cai 0,06%.  

O dólar americano opera em alta em comparação aos pares. O DXY subia 0,26%, a 103,869 pontos. No geral, as moedas operam mistas, com destaque para o euro, que sobe 0,30%, após a divulgação de dados de atividades na Europa. 

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de 10 anos, ou T-Notes, operam em queda de mais de 6 pontos-bases, a 4,263%. 

Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong subiu 0,31%, enquanto o Xangai Composto teve queda de 1,34%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, teve alta de 0,48%.

O minério de ferro com teor de concentração de 62%, negociado na bolsa de Dalian, subia 3,68%, às 6h00, cotado a US$111,91, estendo os ganhos de ontem, na esteira da não implementação de corte de produção pelas siderúrgicas chinesas e no aguardo de novos estímulos pelo governo chinês. 

O petróleo tipo Brent, que serve como referência para a Petrobras, operava em baixa de 1,05%, a US$83,15, à espera da divulgação dos estoques de óleo nos EUA.

O Bitcoin tinha queda de 0,10% nas últimas 24 horas, a US$26.029,00; o Ethereum caía 1,21% no mesmo período. 

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir em alta, com investidores digerindo a aprovação do arcabouço fiscal e refletindo a alta do minério de ferro. De acordo com o BB Investimentos, o índice tem suporte mínimo em 114 mil pontos e resistência em 118 mil pontos. 

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em queda, reverberando a aprovação de reformas em Brasília. 

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem continuar o movimento de queda. Os juros futuros nos EUA operam em queda, diante da expectativa dos agentes com o simpósio de Jackson Hole.  

DESTAQUES

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse nesta terça-feira que o Brasil não vive um momento propício para o corte de gastos, e sim de uma realocação orçamentária. Ela defendeu que a responsabilidade fiscal seja conciliada com os compromissos sociais do governo e falou sobre a necessidade de abrir um espaço fiscal no orçamento para 2024. “Estamos discutindo com o Congresso um espaço maior fiscal no arcabouço de R$32 bilhões para resolver e dar continuidade a todas as políticas públicas iniciadas em janeiro”. (Mover)

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, defendeu ontem que a Reforma Tributária não seja dissociada da responsabilidade fiscal, que deve ser uma premissa para o cumprimento de compromissos do governo na área social e nos passos seguintes em direção à transição ecológica, que, segundo ele, incluirá “novos investimentos, neoindustrialização e transição digital”. Durigan destacou como características positivas da tributária a desoneração dos investimentos, a simplificação e a transparência. (Mover)

 

A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, afirmou nesta terça-feira que o governo vai precisar reforçar a tributação sobre o patrimônio e a renda por meio das duas próximas etapas da reforma tributária. A primeira fase, em tramitação no Senado Federal, incide apenas sobre os tributos do consumo. (Mover)

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD), concedeu ontem um pedido de vistas para apreciação do relatório do Projeto de Lei que restabelece o voto de qualidade no Carf. O PL 2.384 de 2023 tem pedido de urgência constitucional e o prazo para votação vence dia 27 de agosto. O texto deve ser apreciado hoje, pela manhã. (Mover) 

Os papéis da Nvidia renovaram máxima recorde intradiária na sessão da véspera, ao tocar US$481,87, com os investidores à espera da divulgação do balanço referente ao segundo trimestre do ano fiscal de 2024, previsto para ser divulgado após o fechamento do pregão desta quarta-feira. Analistas projetam que a Nvidia divulgará receita trimestral acima do consenso em seu balanço. (Mover)

 

A corretora americana Charles Schwab estuda levantar dívida para custear seus planos de enxugamento de custos – via demissões – o que implica também em se desfazer de propriedades. De acordo com fontes, a multa rescisória diante da demissão de funcionários deve ser de até US$500 milhões. (Agências)

A agência de classificação de riscos S&P Global rebaixou o rating de vários bancos dos Estados Unidos na noite de segunda-feira, incluindo o Associated Banc-Corp e o Valley National Bancorp, diante de um cenário de juros elevados e fluxo de saída de depósitos. Os papéis de instituições financeiras, como o JPMorgan e o Bank of America, recuaram na sessão desta terça. (Mover)

Governo recua e retira taxação de offshores da MP do mínimo. Em reuniões reservadas, o presidente da Câmara dos Deputados afirmou que a taxação nos moldes sugeridos pelo governo provocará uma evasão grande de recursos e diminuirá a arrecadação pretendida. (Valor)

Parecer da AGU favorece construção de poço na Margem Equatorial. A manifestação ocorreu em resposta à solicitação realizada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, relativa ao processo de licenciamento para a perfuração do bloco FZA-M-59, da Petrobras. (Valor)

Rial: descoberta de rombo foi ‘soco no estômago’. Em depoimento à CPI da Americanas, ex-CEO que trouxe a público ‘inconsistência contábil’ de R$20 bilhões afirma ter sido alertado por dois diretores e que Carlos Alberto Sicupira estava presente na ocasião. (O Globo)