Exterior sem direção após tom duro de Powell; balanços, guerra e IPCA no radar

Do lado empresarial, os agentes digerem o balanço da SMIC, maior fabricante de chips na China, que mostrou resultados fracos no terceiro trimestre, enquanto a Allianz superou as estimativas. Por aqui, Petrobras e Bradesco divulgaram seus resultados ontem, um decepcionante e outro positivo, respectivamente. Hoje, Enauta, nima, M.Dias Branco, dentre outros, reportam seus números após o fechamento. 

Na Ásia, os mercados fecharam em baixa, seguindo Nova York na véspera, diante dos temores renovados de que os juros nos EUA talvez precisem subir. Além disso, no setor imobiliário chinês, a incorporadora Country Garden pretende elaborar um plano provisório para reestruturar sua dívida offshore até o final deste ano, avaliada em mais de US$11 bilhões.

Na Europa, a economia do Reino Unido ficou estagnada no terceiro trimestre – ao menos, evitou uma recessão. A produção industrial, por sua vez, subiu mais que a projeção. Às 9h30, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), discursa. 

Nos EUA, Lorie Logan, presidente do Fed de Dallas, fala às 9h30, e Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, às 11h. Ao meio-dia, será divulgada a confiança do consumidor de Michigan, que tem projeção de 63,70 pontos em novembro. A Baker Hughes divulga, às 15h, a contagem de sondas da semana. 

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga, às 9h, a inflação de outubro, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com expectativa de alta de 0,28%, segundo o TC Consenso. Espera-se melhora dos núcleos, principalmente em bens industriais e serviços, e da dispersão. 

Às 20h, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, palestra em evento organizado pelo MBA Brazil 2023, em Chicago, nos EUA. 

Na política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, na noite de ontem, que a meta de zerar o déficit primário não precisa estar na lei para ser perseguida. A afirmação acontece num momento de pressão dentro do governo sobre o orçamento para 2024. 

Ontem, o Ibovespa fechou em baixa, após as falas de Powell. No mercado de câmbio, o dólar encerrou em alta, reverberando a alta dos juros americanos. 

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam mistos, com o primeiro subindo 0,22%, o segundo em alta de 0,07% e o terceiro em baixa de 0,11%. 

O Índice Stoxx Europe 600 caía 0,79%, enquanto o índice alemão DAX tinha baixa de 0,62% e o britânico FTSE-100 caía 0,97%. Entre os setores, destaque para o segmento de consumo, que caía 1,69%. 

O dólar americano operava estável em comparação aos pares. O DXY tinha queda de 0,01%, aos 105,882 pontos. No geral, as moedas operam sem direção única, com destaque para a lira turca, que subia 0,50%. 

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos, ou T-Notes, operavam em alta de 1,2 ponto-base, a 4,640%. 

Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong caiu 1,76%, enquanto Xangai Composto teve queda de 0,47%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, caiu 0,24%. 

O minério de ferro com teor de concentração de 62%, negociado na bolsa de Dalian, subia 2,56% às 6h, cotado a US$131,66 por tonelada.

O petróleo tipo Brent, que serve como referência para a Petrobras, operava em alta de 0,95%, a US$80,77 por barril.

O Bitcoin tinha queda de 0,82% nas últimas 24 horas, a US$36.535,00; o Ethereum subia 9,62% no mesmo período. 

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir volátil, reverberando o clima de aversão ao risco, mas de olho nas commodities, balanços corporativos e IPCA. O índice tem suporte mínimo em 112.000 pontos e resistência máxima em 128.300 pontos, de acordo com o BB Investimentos. 

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em alta, com preocupação com os juros americanos, IPCA e alta das commodities. 

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem operar em alta. Os juros futuros nos EUA operam em alta, após tom mais duro de Powell sobre a política monetária. 

DESTAQUES

O leilão de títulos de 30 anos realizado na véspera pelo Departamento do Tesouro apontou para fraca demanda entre operadores, obrigando o governo a elevar o prêmio oferecido a 4,769%. O fraco leilão pressionou para baixo os mercados acionários, já que indicou uma menor propensão dos investidores a assumir os títulos da dívida pública, considerados livres de risco. (Mover)

O Federal Reserve não hesitará em apertar a sua política monetária adicionalmente caso se torne “apropriado”, afirmou o presidente da autarquia, Jerome Powell, em evento há pouco promovido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em seu discurso, Powell também afirmou que o banco central não está “confiante” de que atingiu um nível de juros “suficientemente restritivo”. (Mover)

O Banco Industrial e Comercial da China apontou na véspera, em comunicado, que um ataque de software malicioso prejudicou as negociações, pela instituição, no mercado do Tesouro dos Estados Unidos. De acordo com o banco, o software malicioso interrompeu o sistema computacional até que houvesse o pagamento. Dessa forma, a instituição não conseguiu liquidar as negociações do Tesouro. (Financial Times)

A alíquota base do IVA criado na reforma tributária ainda é uma incógnita após a aprovação do Senado. Tendência é manter os 27,5% previstos inicialmente, mas o percentual pode ter que subir um pouco na regulamentação do tributo. (Valor)

Os grandes bancos brasileiros cresceram 1,4% e lucraram R$25,2 bi no terceiro trimestre deste ano. A margem financeira combinada de Itaú, BB, Bradesco e Santander avançou 9,5% na comparação anual. (Valor) 

A operação da Polícia Federal que levou à prisão de membros do Hezbollah causou tensões política e diplomática entre Brasil e Israel. O embaixador israelense, que esteve com Bolsonaro, insinuou que o Hezbollah tem aliados no país. Aliados do governo Lula reagiram e a PF disse que fala “viola cooperação internacional”. (Estadão) 

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta quinta-feira o julgamento sobre a remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), apesar dos pedidos de adiamento do governo federal, que teme um rombo nas contas públicas. Após três votos, o ministro Cristiano Zanin pediu vista ao processo e foi atendido pelo presidente do STF, Luís Roberto Barroso. (Mover) 

O minério de ferro deve ter um déficit no resto do ano devido aos baixos estoques e à queda na produção, segundo o Goldman Sachs. Para os analistas, outros fatores para o déficit incluem a menor oferta dos principais produtores de minério de ferro, Austrália e Brasil, sendo que este último será impactado problemas recentes da Vale. (CNBC).