Ásia e Europa sobem com dados positivos

Fed Boys, Campos Neto e IBC-BR seguem no radar do mercado

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Por: Leandro Tavares

São Paulo, 17/11/2023 – As bolsas internacionais operam em alta no último pregão da semana, refletindo dados na zona do euro em linha com as expectativas e o alívio na curva de juros americana. No Brasil, os investidores aguardam pela divulgação da “prévia do PIB” e a participação de Campos Neto em evento.

Os dados semanais de seguro-desemprego nos EUA, divulgados ontem, atingiram 231 mil pedidos, ante expectativa de 220 mil. Esse dado, somado à inflação ao consumidor e ao produtor abaixo das expectativas, reforçou as perspectivas de que o Federal Reserve não deverá subir mais os juros, de modo que a dúvida agora recai sobre o momento de afrouxamento monetário. 

Na Ásia, os mercados encerraram mistos, de olho nas ações de empresas, como da Great Wall Motor, que subiu após autoridades chinesas autorizarem testes de veículos elétricos em rodovias do país. Já os papéis da Alibaba caíram mais de 10%, depois de a companhia descartar planos de desmembrar seu negócio de nuvem. 

Na Europa, as vendas no varejo no Reino Unido caíram mais que o esperado na base anual, enquanto na zona do euro, a leitura final da inflação veio em linha com a expectativa. O indicador mostra que a política de aperto monetário pelo Banco Central Europeu (BCE) está surtindo efeito. 

Nos EUA, em dia de agenda econômica fraca, os únicos destaques são dados de construção de novas casas, às 10h30, que tem a previsão de 1,35 milhões de novas moradias, e a contagem semanal de sondas de petróleo da Baker Hughes, às 15h. 

Estão previstos discursos de membros do Fed durante o dia. Às 10h45, fala o vice-presidente de supervisão do Fed, Michael Barr, e a presidente do Fed de Boston, Susan Collins. Às 11h45, discursa o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, enquanto a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, fala às 12h. 

Por aqui, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulga, às 8h, o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10). Às 9h, o Banco Central (BC) divulga o Índice da Atividade Econômica (IBC-BR), considerado a “prévia do PIB”. A expectativa é de uma alta de 0,2% em setembro.

O diretor de política econômica do BC, Diogo Guillen, fala em evento da FGV, às 8h, enquanto o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, participa, às 10h30, de evento promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico. 

Na cena política, o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (UB), disse nesta quinta-feira que, “no momento”, o governo mantém a meta fiscal de déficit zero em 2024 e que qualquer possibilidade de revisão poderá ocorrer “no futuro”.

Ontem, o Ibovespa fechou em alta, com foco na meta fiscal e no exterior. No mercado de câmbio, o dólar encerrou em alta, de olho no afrouxamento monetário nos EUA e na meta fiscal brasileira. 

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MERCADOS GLOBAIS

Perto das 07h00, o futuro dos índices Dow Jones, S&P500 e Nasdaq 100 operavam em alta de 0,21%, 0,18% e 0,04%, respectivamente. 

O Índice Stoxx Europe 600 subia 0,89%, enquanto o índice alemão DAX tinha alta de 0,66% e o britânico FTSE-100 tinha elevação de 0,91%. Entre os setores, destaque para o segmento de saúde, que subia 1,21%. 

O dólar americano operava em queda em comparação aos pares. O DXY tinha baixa de 0,16%, aos 104,221 pontos. No geral, as moedas operam sem direção única, com destaque para o rand sulafricano, que subia 0,74%. 

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dez anos, ou T-Notes, operavam em queda de 4 pontos-base, a 4,397%. 

Na Ásia, o índice HSI de Hong Kong caiu 2,12%, enquanto Xangai Composto teve alta de 0,11%. O índice Nikkei 225, da bolsa de Tóquio, subiu 0,48%. 

O minério de ferro com teor de concentração de 62%, negociado na bolsa de Dalian, caía 0,42% às 6h, cotado a US$131,43 por tonelada.

O petróleo tipo Brent, que serve como referência para a Petrobras, operava em alta de 0,61%, a US$77,89 por barril.

O Bitcoin tinha queda de 2,82% nas últimas 24 horas, a US$36.324,00; o Ethereum caía 3,48% no mesmo período. 

MERCADOS LOCAIS

Bolsa: O Ibovespa futuro deve abrir em alta, repercutindo a prévia do PIB e a cena externa, além das commodities. O índice tem suporte mínimo em 114.000 pontos e resistência máxima em 128.300 pontos, segundo o BB Investimentos. 

Câmbio: O dólar futuro deve abrir em baixa, após alívio no exterior e de olho em indicadores internos. 

Juros: Os contratos de juros futuros na B3 devem operar em baixa. Os juros futuros nos EUA operam em baixa, após dados de atividade e na expectativa por membros do Fed. 

DESTAQUES

O relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (UB), disse nesta quinta-feira que, “no momento”, o governo mantém a meta fiscal de déficit zero em 2024 e que qualquer possibilidade de revisão poderá ocorrer “no futuro”. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mostrou-se preocupado com a possibilidade de que mudanças na meta inviabilizem a votação de matérias que estão tramitando. (Mover) 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse ontem que o governo ainda tenta costurar um acordo de retirada da isenção de tributos por meio da distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP), mecanismo de remuneração que permite um pagamento de impostos mais baixo. Para dar celeridade à votação no Congresso, a discussão sobre JCP acabou ficando de fora do relatório do projeto de lei 4.173, de 2023, que trata sobre a tributação de fundos exclusivos e de offshores. (Mover)

Haddad acena com bloqueio menor de despesas. O ministro fala em valores entre R$22 bilhões e R$26 bilhões, mas parlamentares querem que emendas sejam blindadas. (Estadão)

Lira enterra a criação de nova emenda parlamentar para as bancadas partidárias, tenta turbinar as já existentes, em meio à investida do Congresso para controlar uma fatia maior do Orçamento da União. (O Globo) 

Plano pode renovar o parque industrial em até 10%, diz Alckmin. Incentivo fiscal em discussão pelo governo prevê dedução de impostos para investimentos feitos em máquinas e equipamentos. (Valor) 

O presidente dos EUA, Joe Biden, assinou um projeto de lei provisório para estender o financiamento do governo até o início de 2024, evitando a paralisação do governo, mas lançando um debate sobre os gastos federais em um ano de eleições presidenciais. (Bloomberg) 

Biden alertou na véspera que o mundo espera que os EUA e a China gerenciem melhor sua competição, e que uma relação estável entre as duas maiores economias do mundo não é bom somente para para as economias, como também para o mundo. Ele participou de conferência promovida pela Asia-Pacific Economic Cooperation. (Bloomberg)

A Walmart alertou, na véspera, sobre a desaceleração dos gastos de consumidores antes do período de festividades de fim de ano nos Estados Unidos, movimento este que levou o papel da companhia a registrar a maior desvalorização diária desde maio de 2022 – pressionando também o índice Dow Jones. (Reuters)

O presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, disseram em reunião que buscarão relações mutuamente benéficas, enfatizando interesses econômicos compartilhados em meio a uma série de disputas diplomáticas entre os países. Eles também se comprometeram a manter um diálogo sobre questões econômicas e o lançamento de um quadro para discutir os controles de exportações. (Reuters) 

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, defendeu mais cedo a criação da união de mercados de capital (CMU, na sigla em inglês) na Europa. Segundo ela, a estratégia é crucial para lidar com os desafios no horizonte, em um quadro global de mudanças, principalmente relacionadas a globalização e a questão climática. (Agências) 

Israel alerta com panfletos sobre o plano de ataque ao sul de Gaza. No Norte, exército é pressionado a mostrar evidências de que hospital alvo de ação militar escondia centro de operações do Hamas. (Estadão) 

✋ Entre ruptura e continuidade, os argentinos vão às urnas. Eleitores de Massa apostam em sua habilidade de negociar medidas mais duras para estabilizar a economia; os de Milei, em seu programa de demolição do Estado e dolarização total do país. (Valor)