Juros têm queda forte com desaceleração inesperada do IPCA-15; dólar sobe

Por volta das 9h30, os DIs com vencimento em Jan/24 cediam 6,5 pontos-base

Pixabay
Pixabay

Por: Patricia Lara

Os juros futuros abriram os negócios em forte queda nesta quinta-feira, após a desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) surpreender o mercado. Os investidores reagem ainda ao ambiente externo, onde prevalecem as expectativas de resolução para a questão da dívida americana. A queda das commodities industriais no exterior é outro vetor que ajuda no cenário prospectivo de inflação.

As taxas de contratos dos juros futuros apresentavam queda generalizada nesta manhã. Por volta das 9h30, os DIs com vencimento em Jan/24 cediam 6,5 pontos-base, a 13,20%, enquanto o DI Jan/25 derretia 20 pontos-base, a 11,43%; o DI Jan/26 recuava 22 pontos-base, a 10,90%. Em linha com a redução do prêmio de risco, o Ibovespa futuro subia 1,34%, a 111.325 pontos.

Apesar do alívio do mercado de juros, o dólar futuro tinha alta de 0,38%, a R$4,985, enquanto o à vista avançava 0,41%, a R$4,9803.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE) informou que o IPCA-15 foi de 0,51% em maio, 0,06 ponto percentual abaixo da taxa de abril, quando marcou 0,57%. A projeção dos analistas consultados pelo TC Consenso era de aceleração para 0,64%.

O dado se soma à aprovação do projeto do arcabouço fiscal na Câmara. Embora a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) esteja precificada em manutenção da taxa básica de juros em 13,75%, economistas esperam que o início do ciclo de cortes possa ocorrer no segundo semestre.

No exterior, as expectativas continuam voltadas para as negociações entre republicanos e democratas sobre o aumento do teto da dívida pública americana. A agência de classificação de crédito Fitch colocou ontem em observação negativa o rating dos Estados Unidos, anúncio que reforça a urgência de uma resolução.

Entre as commodities, o contrato do minério de ferro para setembro caiu mais de 2% na Bolsa chinesa de Dalian, com perspectiva de demanda tépida do setor de construção durante a temporada de verão na China. Já o petróleo Brent cedia 1,66%, após o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, minimizar a perspectiva de novos cortes na produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados em sua reunião na próxima semana.

Quer ler mais sobre o mercado financeiro? Clique aqui e leia mais.