Por: Fabricio Julião
As taxas de juros futuros operavam sem direção única nos primeiros negócios desta segunda-feira, refletindo os temores ainda persistentes de uma possível recessão nos Estados Unidos e no mundo, enquanto o mercado digere os dados do Payroll de sexta-feira passada.
O relatório de emprego urbano dos EUA de semana passada mostrou que o mercado de trabalho americano ainda está resiliente, mesmo em meio às pancadas de elevação dos juros pelo Federal Reserve (Fed). Foram criados 236 mil postos de trabalho em março, abaixo do consenso Mover, que estimava 239 mil empregos no mês. Já a taxa de desemprego desacelerou para 3,50%, também abaixo das projeções, que estimavam 3,60%.
“Havia a perspectiva de um Payroll mais fraco, devido aos dados abaixo do esperado de dados como o ISM ao longo da semana. Então, na minha visão, o dado de hoje veio robusto, muito bom para a perspectiva de mercado. Além disso, vemos uma queda na taxa de desemprego e, ao olhar o dado por dentro, é possível observar que mais pessoas estão procurando emprego, ainda na dinâmica de normalização da força de trabalho”, afirmou à Mover o economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi.
Após a divulgação do Payroll na sexta-feira de Páscoa, as apostas na Chicago Mercantile Exchange (CME) passaram a ser majoritárias para alta de 25 pontos-base dos juros nos EUA na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) em maio. No entanto, por outro lado, a hipótese de mais altas do Fed nos juros aumenta a preocupação com uma possível recessão na maior economia do mundo no fim do ano, o que também mexe na curva dos DIs futuros.