Dólar e DIs sobem com Focus e de olho em diferencial de juros entre Brasil e EUA

O dólar à vista tinha alta de 0,15%, a R$4,8946

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Por: Fabricio Julião

O dólar e as taxas de contratos dos juros futuros operavam em alta no primeiro pregão da semana, já que após dias de decisão de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, os investidores buscam antecipar os rumos dos juros nos dois países. 

Por volta das 9h30, o dólar à vista tinha alta de 0,15%, a R$4,8946, enquanto o dólar futuro avançava 0,33%, a R$4,914. O dólar chegou a ensaiar um movimento de queda nos primeiros negócios do dia, mas passou a ganhar terreno diante do real, em dia de busca por proteção. Em uma cesta de 22 moedas acompanhadas pela Mover, o dólar americano apreciava perante 18. 

Por aqui, agentes financeiros digerem as novas projeções do boletim Focus – o primeiro após o Banco Central cortar a Selic em 50 pontos-base na semana passada. A magnitude da redução surpreendeu parte do mercado e os economistas consultados pela autarquia diminuíram as estimativas para a taxa básica de juros em 2023, 2024 e 2025. 

Para este ano, as projeções da Selic passaram de 12,00% para 11,75%; para o próximo ano, de 9,25% para 9,00%, e para 2025, de 8,75% para 8,00%. 

Por volta das 9h30, os DIs com vencimentos em Jan/24 operavam estáveis, a 12,47%, enquanto os para Jan/25 subiam 2,0 pontos-base, a 10,50%. Já as taxas dos contratos para Jan/27 e Jan/31 avançavam 3,5 pbs e 3,0 pbs, respectivamente, a 10,10% e 10,81%. 

O mercado continua atento às possíveis mudanças no diferencial de juros entre Brasil e EUA, o que pode pressionar a taxa de câmbio. Caso o Federal Reserve (Fed) opte por mais altas residuais este ano, os investidores tendem a deixar o capital no país considerado o mais seguro do mundo, que contará ainda com taxas maiores. Porém, ainda não há convergência entre os agentes financeiros acerca das próximas decisões do Fed, que já assumiu que deliberará “de reunião em reunião” os intervalos dos Fed Funds. 

Nos Estados Unidos, a agenda está esvaziada, sem previsão de divulgação de indicadores ou resultados trimestrais corporativos. Assim, os olhos acabam voltados para o discurso da diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, que deve reforçar que a política monetária no país não tem um curso definido, embora haja sinais positivos na queda no núcleo da inflação. 

Nesta segunda-feira, as commodities operam sem direção definida, com alta dos futuros de milho, trigo e café. Em contrapartida, os futuros de soja, açúcar e o petróleo Brent caíam pela manhã.