Após Fed e Copom, Ibovespa cai em dia de aversão ao risco

Tom duro do Copom frustra expectativas do mercado

B3/Divulgação
B3/Divulgação

Por: Luca Boni

O Ibovespa desaba no início do pregão desta quinta-feira, com investidores ajustando posições depois o Comitê de Política Monetária (Copom) indicar cortes na Selic de 50 pontos-base até o fim do ano, além do clima de aversão ao risco vindo do exterior, após o Federal Reserve projetar um novo aumento dos juros ainda em 2023.

Por volta das 10h20, o Ibovespa recuava 1,55%, aos 116.858 pontos. O volume de negócios projetado para hoje é de R$23,3 bilhões, acima da média de 50 pregões.

Como a manutenção dos juros pelo Fed já estava precificada, os agentes se atentaram aos detalhes do comunicado, que endureceu a postura, com a projeção de um novo aumento dos juros ainda este ano e um cenário ainda muito apertado em 2024, uma vez que a inflação está muito acima da meta de 2% nos Estados Unidos.

No Brasil, o Copom cortou a Selic em 50 pontos-base, como esperado pelo mercado, reduzindo a taxa de 13,25% para 12,75% ao ano.

No comunicado, a autarquia indicou que manterá a magnitude de corte de 50 pbs nas próximas reuniões, dizendo que este é o ritmo adequado para o processo desinflacionário no país, o que enfraquece as apostas entre os investidores que acreditavam em uma aceleração do ritmo de corte para 0,75 pbs ainda este ano.

Entre as ações, destaque para as ON da Vale, da Eletrobras e as PN do Itaú, que recuavam 1,62%, 2,27% e 1,48%, respectivamente, sendo as maiores detratoras por pontos do Ibovespa.

As maiores quedas percentuais do índice, por sua vez, ficavam com as ON da Petz, da Magazine Luiza e da MRV, que cediam 4,70%, 3,57% e 3,43%, nesta ordem.

As ações do setor de varejo e imobiliário são as que mais sofrem no pregão, já que ambos os setores são mais sensíveis aos juros, levando, assim, os investidores a ajustar suas posições, uma vez que não há perspectiva no aumento de ritmo de corte da Selic.

Na ponta oposta, em um início de sessão predominantemente negativo para o mercado acionário, apenas 3 ativos dos 86 que compõem o Ibovespa operavam no campo positivo. As ON da Casas Bahia, da CSN Mineração e as PNB da Copel avançavam 2,67%, 0,66% e 0,78%, na sequência.