Vibra (VBBR3) estreia em créditos de carbono via Comerc

Empresa projeta bons retornos no novo negócio

Luciano Costa
Luciano Costa

Por Luciano Costa

A Vibra Energia (VBBR3) decidiu entrar no mercado de carbono por meio da Comerc, consultoria e comercializadora de energia na qual tem 50% de participação, de olho em um nicho de negócios que deve ter expansão acelerada nos próximos anos, disseram executivos das empresas nesta terça-feira (4).

O movimento da maior distribuidora de combustíveis do Brasil envolveu a criação de uma mesa pela Comerc para negociar a compra e venda de créditos de CO2, como parte de estratégia da Vibra de diversificar atividades e entrar em nichos ligados à transição energética e à tendência de descarbonização global.

“Essa é uma linha de negócio, então, esperamos ter um bom retorno com essas operações. Não é um produto para atrair clientes ou com viés de marketing”, disse o co-CEO da Comerc, Andre Dorf, em conversa com jornalistas.

O novo nicho de negócios poderá aproveitar a base de quase 20 mil clientes industriais da Vibra, além da ampla carteira de clientes da própria Comerc em energia, para acessar empresas interessadas em reduzir sua pegada de carbono ou compensar emissões, disse o CEO da Vibra, Ernesto Pousada.

“Nosso investimento na Comerc é muito relevante, porque isso transformou a Vibra. Estamos indo para ser uma plataforma multienergia”, afirmou, ao apresentar a mesa de carbono. “Não é um combustível ou outro, o país vai passar por uma transição energética”.

A demanda de companhias por soluções de descarbonização, incluindo certificados de energia renovável, que também serão vendidas pela nova iniciativa da Comerc, ainda deverá acelerar nos próximos anos, devido a metas já assinadas de sustentabilidade, disse o fundador e chairman da Comerc, Cristopher Vlavianos.

“Muitas empresas assinaram compromissos para descarbonização até 2030. Hoje, elas estão preocupadas em compensar emissões de escopo 1 (diretas) e 2 (emissões indiretas por uso de energia). Quando elas começaram a se preocupar com o escopo 3 (emissões na cadeia de valor, incluindo fornecedores), esse mercado tende a crescer muito rápido”, explicou.