Via cai com oferta de ações no radar e ceticismo quanto a planos futuros, dizem analistas

Papéis da dona da Casas Bahia desabaram 5,26% nesta quinta (31)

Divulgação/Via
Divulgação/Via

Por Ana Luiza Serrão

As ações da Via (VIIA3) recuaram nesta quinta-feira (31), mantendo tendência de queda vista desde o início do mês, que se acentuou após o último balanço da companhia e a divulgação de planos para captar recursos com a emissão de novos papéis.

A dona da Casas Bahia viu seus papéis amargarem uma queda de 5,26% no Ibovespa hoje, depois de confirmar a contratação de bancos para uma potencial oferta de ações que visaria levantar R$1 bilhão.

O movimento da Via foi recebido com ceticismo por analistas que falaram à Mover, mas já era esperado depois que a empresa convocou, em 11 de agosto, uma assembleia de acionistas para decidir a possibilidade de aumento de capital. As ações da Via caem cerca de 30% desde o agendamento da AGE, com perdas acumuladas de quase 40% no mês.

Para o estrategista-chefe da Condor Insider, Carlos Herrera, faz todo o sentido a Via buscar um follow-on, já que a sua estrutura de capital “é insuficiente faz muito tempo”. Entretanto, segundo ele, é difícil ver uma mudança positiva nas perspectivas da empresa no longo prazo.

A Via divulgou neste mês um plano de transformação que prevê o fechamento de 50 a 100 lojas. As medidas chegaram a gerar alguma empolgação no mercado, e as ações subiram no dia seguinte, mas retomaram na sequência o movimento de queda.

FUTURO INCERTO

“Anunciaram um plano de reestruturação interessante no papel, mas a questão é a execução”, disse à Mover o analista da Eleven Financial, Niels Tahara, que vê a Via muito endividada e atrás de concorrentes como o Mercado Livre, sem conseguir capturar mais mercado, mesmo diante da crise da Americanas

Diante desse cenário, a Via poderá precisar oferecer condições bastante atrativas em sua oferta de ações para atrair dinheiro novo de investidores, segundo os analistas.

“Os sócios já estão machucados dos últimos aumentos de capital que a companhia fez no passado recente”, disse o diretor de Corporate Advisory da L4 Capital, Hugo Queiroz. “O futuro da companhia, na minha visão, é incerto”.

“O preço dessa subscrição vai ter que ser muito bom”, também escreveu o analista da DVInvest, Renato Reis, na plataforma X.