Vale (VALE3) vende 13% do negócio de metais básicos para sauditas e Engine No. 1

Acordo envolve investimento de US$ 3,4 bilhões

Divulgação Vale
Divulgação Vale

Por Artur Horta

A mineradora Vale (VALE3) anunciou hoje um acordo estratégico com a Manara Minerals, uma joint venture entre a Ma’aden e o Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita, e também o fundo americano ativista Engine No.1, para venda de 13% do negócio de metais básicos, visando acelerar o crescimento da divisão e se integrar à agenda global de eletrificação e descarbonização.

O acordo envolve um investimento de US$3,4 bilhões na Vale Base Metals Limited (VBM), avaliando a subsidiária que concentra a operação de níquel e cobre da companhia em US$26 bilhões, segundo comunicado divulgado nesta quinta-feira. A Manara Minerals vai adquirir uma participação de 10% na VBM, enquanto a Engine No. 1 deterá 3% da subsidiária.

A parceria visa acelerar o crescimento da VBM e impulsionar a transição energética global, através de investimentos estimados entre US$25 bilhões e US$30 bilhões em projetos minerais estratégicos ao longo da próxima década.

Com esses investimentos, a Vale busca ampliar sua produção de cobre de cerca de 350 mil toneladas para 900 mil toneladas por ano, e de níquel de aproximadamente 175 mil para mais de 300 mil toneladas anuais. O fechamento da transação está previsto para o primeiro trimestre de 2024, sujeito às aprovações das autoridades regulatórias relevantes.

O CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, vê a transação como estratégica para o futuro da empresa e primordial para atender à “crescente demanda por metais verdes essenciais à transição energética global”, disse um trecho do comunicado.

Do lado da Manara Minerals, Robert Wilt, Diretor Executivo da empresa e CEO da Ma’aden, ressaltou que o investimento na VBM representa uma oportunidade de expandir o portfólio de ativos de classe mundial em diversos países.

O Engine No.1 – que ficou conhecido em 2021 por pressionar a petroleira americana ExxonMobil a adotar uma abordagem mais proativa em relação à sustentabilidade e ao meio ambiente – considera a Vale “bem posicionada para prover as matérias-primas de origem responsável necessárias para a construção da infraestrutura do futuro”, afirmou seu fundador, Chris James.