Vale (VALE3): Plano de metais básicos segue com ou sem parceiro, diz CEO

No trimestre passado, a Vale anunciou o ex-executivo da Tesla Jerome Guillen

Pixabay
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Por Artur Horta

A construção de uma unidade de metais básicos independente dentro da Vale (VALE3) seguirá adiante com ou sem um parceiro, disse nesta quinta-feira o diretor-presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, que admitiu também estudar a possibilidade de abertura de capital da divisão que abarca as operações de níquel e cobre da companhia.

“Essa organização está acontecendo neste momento. Teremos um conselho independente e vamos crescer organicamente. Então, quando estivermos prontos, podemos partir para M&As”, disse Bartolomeo durante teleconferência de resultados do primeiro trimestre, em referência a oportunidades de fusões e aquisições, no termo em inglês.

De acordo com executivos da mineradora, uma oferta inicial de ações, IPO, é no momento apenas uma opção que a companhia pretende ter à mesa para o negócio de metais básicos, visto como de grande potencial devido à tendência de transição energética. A também Vale considera segregar parcialmente os ativos, uma estrutura conhecida como carve-out, que permitiria à unidade buscar aquisições sem usar o balanço da Vale, enquanto segue buscando um sócio estratégico para a operação.

“Vamos ser bem claros. Se não encontrarmos o parceiro certo, que adicione valor para nós e que perceba o mesmo valor que nós percebemos nos ativos, nós vamos seguir de qualquer maneira”, disse Bartolomeo, acrescentando que a companhia está explorando diversas opções para o novo negócio.

A Vale também anunciou a chegada do executivo australiano Mark Cutifani para presidir o conselho de transição energética, um colegiado independente que supervisionará a divisão de metais básicos. Cutifani já comandou a mineradora inglesa Anglo American e é diretor do De Beers, um conglomerado de empresas envolvido na mineração e comércio de diamantes.

No trimestre passado, a Vale anunciou o ex-executivo da Tesla Jerome Guillen como primeiro membro do conselho dessa unidade, que promete posicioná-la na agenda global de descarbonização e eletrificação.

Mais cedo, a Vale anunciou a venda de sua participação na MRN, em negócio fechado com uma empresa da norueguesa Hydro que não teve os valores revelados.

Bartolomeu disse durante a teleconferência que isso encerra o programa de desinvestimentos da companhia, tornando-a mais focada em seus negócios principais e na disciplina de capital.

Ele revelou, no entanto, que a Vale está estudando possíveis aquisições para seu negócio de minério de ferro, e deverá explorar M&As também para a unidade de metais básicos no futuro, quando ela estiver constituída.

Bartolomeu disse que a empresa “está sempre em busca de aquisições inteligentes”, mas apontou que eventuais movimentos devem envolver ativos de alta qualidade e que não demandem muito capital.

Por volta das 12h25, as ações ordinárias da Vale subiam 0,90% na B3, cotadas a R$ 70,90.